2013-11-24 11:29:54

"Diálogo e Democracia - instrumentos para a paz na Europa": os 50 anos da "Pacem in Terris" comemorados em Lisboa


Comemorando os 50 anos da Encíclica “Pacem in Terris”, de João XXIII, a Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), em parceria com a Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, promoveu neste sábado, em Lisboa, uma Jornada tendo como tema ‘Diálogo e Democracia: instrumentos para a paz na Europa’. Participaram, entre outros, D. Manuel Clemente e o professor Eduardo Lourenço
Na sessão de abertura intervieram o presidente da CNJP, Alfredo Bruto da Costa, o diretor da Faculdade de Teologia da UCP, João Lourenço, e D. Jorge Ortiga, presidente da Comissão Episcopal para a Pastoral Social e Mobilidade Humana.
O teólogo e professor universitário José Eduardo Borges de Pinho realizou uma conferência sobre “O diálogo inter-religioso na construção da paz na Europa”, a que se seguiram depoimentos de membros da Aliança Evangélica e das comunidades hindu, islâmica e judaica.
‘Democracia e valores na construção europeia’ foi o mote para as intervenções, já de tarde, de Eduardo Lourenço e de Viriato Soromenho Marques, com moderação de Guilherme d’Oliveira Martins. Ildefonso Camacho, Lídia Jorge e José Pacheco Pereira vão apresentaram as suas visões para a “reabilitação da política em Portugal”.
Intervindo no encerramento da Jornada, o patriarca de Lisboa e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa sublinhou que Portugal tem de olhar para o contexto internacional como via de “esperança” e de entendimento do bem comum para a humanidade. “Não entendo qualquer futuro para a Europa sem incluir uma visão de fora, ainda assim com esperança”, afirmou D. Manuel Clemente. O patriarca de Lisboa lembrou os “relatos”, que chegam de Lampedusa, ilha italiana, onde “tantos que tentam chegar a terra". "Esta situação não se pode entender sem o entendimento de outros continentes”, observou, lembrando que “o que falta dramaticamente a uns na Europa, em África atinge fatalmente muitos”.
D. Manuel Clemente lembrou que a razão de ser da autoridade política é “a promoção do bem comum que não pode separar-se do bem que é próprio de toda a humanidade”. Lembrando a característica “universalista” da encíclica «Pacem in Terris», que se dirige a «todos os homens de boa vontade», o também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa lembrou o “testamento do Papa João XXIII”: “A encíclica adiantava princípios e caminhos para a resolução de qualquer realidade, lembrando que na regulação internacional, a ação deve ser entendida para o bem comum”.
“Somos portugueses na Europa e europeus no mundo, mas incluídos no espaço europeu e comunitário, preocupados com graves problemas internos e de sustentabilidade, dependentes de decisões que excedem e fogem do nosso campo de escolha, não percebemos que só internacionalmente poderemos encarar os problemas e defender o que poderá ser nosso”, acrescentou.
(PG, com Ecclesia)









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