2013-11-23 11:27:33

Sri Lanka: tâmeis sem justiça e direitos


Colombo (RV) - Enquanto o Sul de Sri Lanka comemora, o Norte está chorando. A parte cingalesa da sociedade triunfa e a minoria tâmil não obteve nem justiça e nem direitos; a nação se encontra fragmentada. É a denúncia de uma rede de associações que inclui grupos missionários, Comissões “Justiça e Paz” das dioceses, congregações religiosas, organizações de defesa dos direitos humanos e várias entidades da sociedade civil.

A rede, cujo objetivo é promover justiça e reconciliação no país, submeteu nos dias passados aos líderes do “Commonwealth” britânico, em visita a Sri Lanka, um Memorando sobre as urgências sociais e políticas nacionais. Enviado pelos missionários Oblatos de Maria Imaculada em Sri Lanka à Agência Fides, o documento foi entregue ao Primeiro-Ministro britânico David Cameron e se intitula “Os tâmeis em Sri Lanka desejam a paz”.

Quatro anos depois do fim da guerra que devastou o país – afirma o documento – “os tâmeis não têm ainda justiça e nem direitos”. O texto recorda que com a independência do Ceilão (Sri Lanka, ndr) em 1948, o poder foi transferido aos cingaleses. Gradualmente, atuou-se “a sabotagem da cultura, identidade, costumes e língua tâmil, em favor da maioria cingalesa da população”. O conflito civil consequente deixou milhares de tâmeis mortos e desaparecidos, em grande parte, civis.

Aos tâmeis, nunca foi concedida a autonomia prometida e na última fase do conflito civil, a mais grave, muitos abusos foram cometidos contra a população civil indefesa.

O Memorando convida o governo e a comunidade internacional a “garantir medidas transparentes para buscar a verdade sobre as mortes e os desaparecimentos”. Pede-se também ao Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos que desempenhe um papel decisivo sobre a questão e aos líderes do “Commonwealth” que se envolvam para obter verdade e justiça.

Nas últimas duas semanas, ativistas, observadores, especialistas das Nações Unidas e líderes políticos dos países do Commonwealth visitaram vítimas das violações de direitos humanos e parentes de desaparecidos. Protestos e manifestações dos tâmeis foram interditados pela polícia cingalesa e as famílias do Norte foram impedidas de chegar à capital, Colombo. Durante o protesto, que visava atrair a atenção dos líderes internacionais, pe. Jude Nixon, pároco da Igreja católica de São Miguel em Urumpirai, na diocese de Jaffna, foi agredido pela polícia.







All the contents on this site are copyrighted ©.