Audiência aos Agentes da Saúde: "Idosos sejam anunciadores do seu Batismo"
Cidade do Vaticano – Papa Francisco recebeu, na manhã deste sábado, na Sala
Paulo VI, no Vaticano, os participantes na Conferência Internacional, promovida pelo
Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes da Saúde.
Em seu discurso,
o Santo Padre começou falando sobre as pessoas idosas, que sempre foram e ainda continuam
ser protagonistas na Igreja. Hoje, mais do que nunca, a Igreja deve dar exemplo a
toda a sociedade do fato que essas pessoas, apesar dos inevitáveis “achaques”, às
vezes até sérios, são sempre importantes, ou melhor, indispensáveis.
Os idosos,
afirmou o Bispo de Roma, são portadores da memória e da sabedoria da vida, que retransmitem
aos outros, e participam plenamente da missão da Igreja. Recordemos que a vida humana
mantém sempre o seu valor aos olhos de Deus, para além de qualquer ponto de vista
discriminatório. E o Papa acrescentou:
“A prolongação das expectativas da
vida, ocorrida durante o século XX, comporta um número crescente de pessoas, que vai
ao encontro de patologias neuro-degenerativas, muitas vezes acompanhadas por uma deterioração
das capacidades cognitivas. Tais patologias investem o mundo sócio-sanitário, seja
no que se refere à pesquisa, seja na assistência e na cura em estruturas sócio-assistenciais,
como nas famílias, que permanecem o lugar privilegiado de acolhida e de solidariedade”.
São
importantes, pois, afirma o Pontífice, as ajudas e os serviços adequados, com o devido
respeito à dignidade, à identidade, às necessidades das pessoas assistidas, mas também
daqueles que lhes prestam assistência, como os familiares e os agentes no campo da
saúde. E o Papa esclareceu:
“Isto só pode ser possível, esclareceu o Papa,
em um contexto de confiança e no âmbito de uma relação de respeito mútuo. Assim sendo,
a cura se torna uma experiência muito rica, seja em nível profissional que humano.
Caso contrário, se torna semelhante a uma tutela física simples e fria”.
Portanto,
é preciso um maior esforço para que a assistência seja enriquecida por momentos de
liberdade e dignidade, longe de fechamentos e silêncios que, muitas vezes, circundam
as pessoas no âmbito assistencial. Nesta perspectiva, o Papa Francisco destacou a
importância do aspecto religioso e espiritual:
“Esta é uma dimensão que deve
permanecer vital, mesmo quando as capacidades cognitivas diminuam ou se dissipam.
Logo, é preciso atuar um particular trabalho pastoral, para acompanhar a vida religiosa
das pessoas idosas, com graves patologias degenerativas, com formas e conteúdos diferenciados,
porque a sua mente e o seu coração não interrompem o diálogo e a relação com Deus.
Papa
Bergoglio concluiu seu pronunciamento, com uma saudação toda especial aos idosos:
“Queridos
amigos, vocês não são apenas destinatários do anúncio da mensagem evangélica, mas
são sempre, com todo o direito, também anunciadores pela graça do seu Batismo. Vocês
podem viver, todos os dias, como testemunhas do Senhor, em suas famílias, paróquias
e nos ambientes onde vivem, levando a conhecer Cristo e o seu Evangelho, especialmente
aos mais jovens. Agradeço-lhes de coração pelas suas orações”. (MT)