Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco continua a surpreender com seus
telefonemas e respostas de cartas inesperadas. Nesta semana telefonou para uma professora,
para um pai de família e escreveu para uma criança, após ter ficar tocado com o que
leu entre as milhares de correspondências que lhe são enviadas de todo o mundo semanalmente.
Uma
entre estas tantas cartas, lhe foi enviada há cerca de um mês por Matteo Rinaldi,
de 8 anos, da cidade de Foggia, sul da Itália. “Querido Papa Francisco, me chamo Matteo
Rinaldi e sou uma criança de 8 anos, de Foggia. Você parece ser um Papa bom e gostaria
de conhecer você, abraçar-te, e depois gostaria muito que conhecesses a minha cidade,
Foggia”. Matteo, que freqüenta o 3º ano primário do Instituto Vittorino da Feltre,
de Foggia, convidou o Papa para visitar os monumentos da sua cidade e sobretudo “comer
a boa pizza que eu faço”. E acrescentou “Escute – querido Papa – eu sou um grande
torcedor da Roma. E você, para qual time torces?”.
A resposta da Santa Sé não
demorou muito. Menos de dez dias após, Matteo recebeu um envelope do Vaticano com
as palavras do Santo Padre, que além de abraçá-lo, enviou sua bênção a ele e a sua
família. O Papa também matou a curiosidade do garoto, dizendo-lhe que torce pro San
Lorenzo, time da Argentina.
Outra criança que tocou o Papa Francisco com as
palavras escritas numa carta foi o garoto Marcon, de 7 anos. Em uma carta entregue
ao Pontífice por ocasião da visita a Assis, em 4 de outubro, pelos ‘escravos do comércio’
- que não querem passar a vida atrás de um balcão por um salário de miséria -, o garoto
reclamou da ausência do pai, obrigado a trabalhar aos domingos: “Não quero crescer
com os avós, ver as outras crianças que vão ao parque com os pais e tornar-me adulto
sem a presença do pai e da mãe durante as festas”. O Pontífice, segundo relatou ‘A
Tribuna de Treviso’, sentiu a necessidade de pegar o telefone e ligar para o pai de
Marcon, expoente do “Movimento domingo não, obrigado!”.
Outro telefonema
de Francisco que chamou a atenção nesta semana foi aquele feito à Irmã Teresa, religiosa
do Instituto Filhas de Sant’Anna, em Casal di Príncipe, pequena cidade de Casertano,
pátria do clã da camorra dos ‘casalesi’. A cidade está situada na chamada “Terra dos
fogos”, situada entre Nápoles e Caserta, cuja terra está contaminada por lixo tóxico.
Nos
meses passados, o Santo Padre havia recebido cartões postais, enviados por 150 mil
residentes em Nápoles, Caserta e províncias próximas. Num dos postais, a irmã Teresa
deixou uma mensagem pelos meninos que aparecem em fotos no colo de suas mães e o número
do seu celular. O Papa Francisco ligou para a religiosa enquanto estava na sala de
aula, com as suas crianças, na escola elementar e maternal do Instituto. Inicialmente
ela pensou tratar-se uma brincadeira. Após acreditar tratar-se do Papa Francisco,
a sala de aula transformou-se numa festa. Todos queriam saudá-lo. Francisco manifestou
toda sua preocupação pelas crianças do território. (JE)