2013-11-21 19:07:52

J.F. Kennedy, aliado de João XXIII na 'Pacem in Terris'


Roma (RV) – A morte violenta de John Fitzgerald Kennedy pelas mãos de Lee Oswald em 22 de novembro de 1963, em Dallas, traumatizou os Estados Unidos mais do que qualquer outro evento ocorrido entre o ataque à Pearl Harbor, em dezembro de 1941, e o atentado às Torres Gêmeas, em setembro de 2001.

Kennedy não foi o único Presidente assassinado nos Estados Unidos. Antes dele o foram também Lincoln, Garfield e Mc Kinley. Mas a traumática morte do 35º Presidente dos Estados Unidos parece ter privado o país e o mundo de um futuro melhor.

Não obstante os equívocos iniciais em relação à Cuba, algumas iniciativas posteriores deram sinais de que melhoraria a situação geopolítica mundial, bloqueada pela Guerra Fria. O desejo de construir relações diplomáticas menos tensas com a União Soviética foi percebido pela opinião pública mundial não somente como um desejo de paz, mas também como expressão da consciência política do Presidente.

Quando Kennedy havia proposto a redução fiscal com uma normativa voltada a garantir a igualdade de tratamento sancionada pela Constituição norte-amerciana, as suas idéias pareciam ser úteis ao progresso material do país. Quando impôs a inscrição na Universidade do Alabama de um estudante afrodescendente, quis chamar a atenção da opinião pública sobre o tema dos direitos civis como um pilar da democracia estadunidense.

Quando havia tentado um acordo para a redução das armas nucleares, deu a impressão de ser não somente um defensor do interesse nacional, mas também um humanista, apoiador de um mundo mais pacífico e racional, na luta contra a chaga do medo, do ódio e da guerra.

Nesta batalha, encontrou um aliado fundamental: o Papa João XXIII, que em 1963 publicou a Encíclica Pacem in Terris, dirigida não somente aos cristãos, mas “a todos os homens de boa vontade”, num período em que as armas nucleares poderiam ter destruído o planeta.

A Encíclica teve uma imediata reação positiva também por parte do líder soviético Nikita Kruschev, cuja filha Rada Adjubei, havia sido recebida pelo Papa Roncalli no mesmo ano.

Kruschev, que talvez inicialmente tivesse subestimado Kennedy, teve que reavaliar o seu peso político diante da crise de Berlim em 1961 - quando junto ao Muro Kennedy pronunciou a memorável frase “Ich Bin ein Berliner” – assim como a reação prudente dos Estados Unidos durante a crise de Cuba em 1962.

Cinqüenta anos após a morte violenta de Kennedy, permanece a idéia de um ‘político sábio’, que não olha unicamente às próximas eleições, mas às próximas gerações e que diz aos cidadãos: “Não perguntem o que o país pode fazer por vocês, mas o que vocês podem fazer pelo país”. (JE)









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