Os sacerdotes são instrumentos da misericórdia infinita de Deus – o Papa na audiência
geral afirmou que os fieis têm o direito de encontrar nos sacerdotes servidores do
perdão de Deus
Depois de uma
noite de chuva intensa, Roma acordou para uma manhã cinzenta e com mais um banho de
multidão na Praça de São Pedro para o Papa Francisco. O Santo Padre prosseguiu hoje
a sua catequese sobre a “remissão dos pecados”, fazendo referência ao “poder das chaves”
que é um símbolo bíblico da missão que Jesus deu aos Apóstolos.
“Antes
de mais devemos recordar que o protagonista do perdão dos pecados é o Espírito Santo.
Ele é o protagonista.”
Na sua primeira aparição no Cenáculo, Jesus
Ressuscitado é o homem novo e oferece os dons pascais frutos da sua morte e ressurreição:
a paz, a alegria, a remissão dos pecados, a missão, mas, sobretudo, oferece o Espírito
Santo que de tudo isto é a fonte. Assim, o Santo Padre afirmou:
“...o
Espírito Santo traz-nos o perdão de Deus passando através das chagas de Jesus.”
De
seguida o Papa referiu-se a um segundo elemento importante: Jesus dá aos Apóstolos
o poder de perdoar os pecados. A Igreja é a fiel depositária deste poder das chaves.
Deus perdoa os pecados mas Ele próprio quis que todos os que pertencem a Cristo e
à Igreja recebam o perdão mediante os ministros da Comunidade.
“A
Igreja não é a senhora deste poder das chaves, mas é serva do ministério da misericórdia
e alegra-se todas as vezes que pode oferecer este dom divino.”
Segundo
o Papa Francisco muitas pessoas dizem que se confessam diretamente a Deus, mas Deus
manda-lhes um irmão que lhes tráz o perdão em nome da Igreja:
“Às
vezes ouve-se dizer que certas pessoas confessam-se diretamente a Deus ... sim, como
dizia antes, Deus escuta-te sempre, mas no sacramento da reconciliação manda um irmão
para te trazer o perdão em nome da Igreja.”
Concluindo a sua catequese
o Santo Padre explicou a exigência do serviço de um sacerdote quando acolhe os fieis
para o sacramento da reconciliação:
“O serviço que um sacerdote presta
como ministro, da parte de Deus, para perdoar os pecados é muito delicado e exige
que o seu coração seja em paz; que não maltrate os fieis, mas que seja benévolo e
misericordioso; que saiba semear esperança nos corações e, sobretudo, seja consciente
que o irmão ou a irmã que procura o sacramento da reconciliação fá-lo como tantas
pessoas procuravam Jesus para que as curasse. O sacerdote que não tenha esta disposição
de espírito é melhor, até que não se corrija, que não administre este sacramento.
Os fieis penitentes têm o direito de encontrar nos sacerdotes servidores do perdão
de Deus.”
O Papa Francisco dirigiu nesta audiência uma cordial
saudação aos peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente aos membros da comitiva
do Estado brasileiro de Santa Catarina e aos peregrinos vindos de Portugal da cidade
de Matosinhos, que foram a Roma com o desejo de afirmar a sua adesão a Cristo.
No
final da audiência o Santo Padre recordou o dia 21 de novembro, memória litúrgica
da Apresentação de Maria Santíssima no Templo, em que se celebra a Jornada Pro Orantibus,
dedicada às comunidades religiosas de clausura. Para elas o Santo Padre dirigiu o
seu pensamento e oração.
Por sua vez, no dia 22 comemora-se o Dia Internacional
do Mundo Rural sob o alto patrocínio das Nações Unidas. O Santo Padre sublinhou os
enormes benefícios que a família dá ao crescimento económico, social, cultural e moral
da inteira comunidade humana.
O Papa Francisco recordou e rezou também pelas
vítimas do ciclone na Sardenha que nos últimos dias deixou um rasto de destruição
naquela ilha italiana.
Como habitualmente a audiência geral terminou em ritmo
de oração e com a benção do Santo Padre. (RS)