2013-11-19 19:09:35

Papa recebe diretor-geral da OIT: dignidade do trabalho e preocupação com o tráfico de seres humanos


Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência nesta segunda-feira, no Vaticano, o diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder.

A dignidade do trabalho, sobretudo dos trabalhadores indefesos, e a preocupação com as vítimas do tráfico de seres humanos foram os temas abordados no encontro.

Eis o que disse Ryder em entrevista à nossa emissora:

Ryder: "O encontro com o Papa Francisco foi um momento extraordinário. Abordamos muitas questões sobre as quais a Igreja e a OIT têm a mesma preocupação. Trabalhamos muito para a promoção de um trabalho digno e o Papa Francisco falou sobre a importância que a Igreja e ele, pessoalmente, atribuem a este aspecto e aos desafios a serem enfrentados no mundo de hoje. Em particular, o Papa manifestou preocupação com o tráfico de seres humanos e pela situação dos imigrantes que trabalham em Lampedusa. Ele usou uma frase em relação à Lampedusa que ressoou muito, muito claramente na minha organização: ele falou sobre o perigo da globalização da indiferença, que é algo que devemos combater. Olhamos para este fenômeno que de alguma forma é considerado inevitável ou normal em nosso mundo. Esta é uma reação que devemos rejeitar e contra a qual devemos responder. Junto com o Papa partilhamos a preocupação em relação ao andamento atual da economia mundial, que não é sempre a favor dos vulneráveis. Esta tendência tem de ser corrigida."

Quais são os dados sobre o trabalho infantil e do trabalho forçado?

Ryder: "Em relação ao trabalho infantil os números diminuíram para 168 milhões e em relação ao trabalho forçado para pouco mais de 20 milhões no mundo. Estamos vendo a mudança de um fenômeno muito complexo. Em várias partes do mundo se encontram situações diferentes. Temos formas tradicionais de trabalho por dívida, onde as pessoas nascem escravas. Essas formas de trabalho são encontradas, por exemplo, numa parte do sul da Ásia. Outras formas de escravidão por dívida acontecem quando as pessoas contraem uma dívida e pagam para ter um trabalho, permanecendo trancadas naquele trabalho até saldar a dívida. Este é um problema que encontramos em todos os continentes. Estamos vendo – e este é um aspecto que eu abordei com Sua Santidade e ele manifestou grande preocupação – um crescimento do tráfico de seres humanos, ou seja, o movimento de pessoas através das fronteiras ou dentro dos países, tanto para a exploração do trabalho, quanto para fins de exploração sexual." (MJ)







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