Roma (RV) – Católicos e protestantes nepaleses respondem aos ataques dos extremistas
maoístas rezando em todo o país por um clima pacífico durante as eleições da Assembleia
constituinte que se realizam nesta terça-feira, 19. A iniciativa lançada pelos cristãos
– refere a agência AsiaNews – levou milhares de pessoas, cristãos e não cristãos às
igrejas e locais de culto nesta segunda-feira, apesar das distancias e da total ausência
de meios públicos por causa dos ataques e da greve geral convocada pelos extremistas.
Nabin
Tamang, 21 anos de Chabahil (Katamandu) percorreu a pé quase 10 km para participar
da oração organizada na catedral da Assunção. “Frequentemente – conta ele – participo
da missa dominical. Nos dias passados alguns partidos que são contra as eleições bloquearam
os transportes, jogando contra os ônibus públicos pedras e bombas caseiras, ferindo
dezenas de pessoas. Assim eu decidi de fazer o percurso a pé”.
Rajan Rai, cristão
protestante de Jorparti (periferia de Katmandu), caminhou com seus familiares por
mais de duas horas para poder rezar na igreja de Gyaneshwor. “Toda a minha família
– afirma – partiu de Jorparti sem pensar nas horas de caminhada”. Para impedir as
eleições, os grupos radicais maoístas realizaram diversas manifestações em todo o
Nepal.
Guiados por Mohan Baidhya, os militantes desencadearam violências em
todo o país, com emboscadas, atos de vandalismo, incêndios e bombas. No último dia
13 de novembro os maoístas atacaram meios públicos e privados. Líderes católicos e
protestantes pediram aos cristãos que oferecessem um testemunho diferente do ódio
e das violências perpetradas pelos partidos extremistas.
O Nepal retorna às
urnas para tentar abandonar a primazia de ser o único país no mundo que há sete anos
está sem uma sólida Constituição, sem um Parlamento eleito e um governo de expressão
do mesmo. Cerca 27 milhões de nepaleses são chamados às urnas para eleger uma nova
Assembleia constituinte de 601 membros que deverá redigir um texto constitucional
do qual possa emergir entre outras coisas o tipo de organização federal (étnica ou
geográfica) que deverá ter a nação do Himalaia. (SP)