Igrejas se pronunciam sobre mudanças climáticas na Cop19
Varsóvia (RV) – Orações, apelos às autoridades e jejum em prol de todos os
povos atingidos por eventos climáticos extremos: com estes gestos, as comunidades
cristãs acompanham os trabalhos da 19ª conferência das Nações Unidas (Cop 19) sobre
mudanças climáticas, em andamento em Varsóvia. Espera-se que deste encontro surja
um novo acordo mundial para a redução dos gases que produzem o chamado ‘efeito serra’.
O Patriarca ortodoxo de Constantinopla, Bartolomeu, enviou sua mensagem aos
delegados de 195 países que participam do evento: “Os cidadãos de todo o mundo estão
esperando e rezando por resultados rápidos e práticos”, vista “a urgência de enfrentar
imediatamente a preocupante e crescente tendência das mudanças climáticas e a necessidade
de evitar seus efeitos catastróficos”.
O Patriarca, sempre sensível às questões
ambientais, escreve ainda que “estamos diante de uma escolha e o tempo de fazê-la
é agora”.
Já na mensagem para a Páscoa de 2011, Bartolomeu havia afirmado que
“a natureza se rebela quando a arrogância humana tenta dominar as imensas forças do
Criador”.
A delegação da Federação Mundial Luterana, presente na conferência,
também se manifestou promovendo um jejum como sinal de solidariedade com todas as
populações atingidas por eventos climáticos extremos. A esta iniciativa aderiram também
os representantes do Conselho Mundial das Igrejas (CMI) e de outras comunidades religiosas.
O apelo comum é para que a comunidade internacional não fique indiferente
e encontre soluções imediatas para contrastar as mudanças climáticas de modo significativo.
Representantes cristãos propuseram testemunhos e reflexões sobre os efeitos
das mudanças climáticas em várias áreas do planeta, como secas em Angola e Namíbia,
inundações na Índia, furacões dos EUA e no Sudeste asiático.
A preocupação
das Igrejas cristãs se concentra sobretudo nas populações mais pobres, que mais sofrem
as consequências de cataclismos. Na recente Assembleia do CMI em Busan, na Coreia
do Sul, foi evidenciado que diante de “desafios econômicos, ecológicos, sócio-políticos
e espirituais, é preciso deixar que a luz de Cristo transforme o nosso ser e zele
por toda a Criação, reafirmando que todos os seres humanos são criados à imagem de
Deus”. (CM)