Papa no Angelus: não se deixar arrastar e enganar pelos falsos messias
Cidade do Vaticano (RV) – Papa Francisco assomou, ao meio-dia, deste domingo
(17), à janela da Residência Apostólica, no Vaticano, que dá para a Praça São Pedro,
para rezar a oração mariana do Angelus, com os numerosos peregrinos e fiéis presentes.
Em
sua alocução dominical, o Santo Padre partiu da Liturgia do dia, falando sobre a primeira
parte de um discurso de Jesus, narrado no Evangelho, ou seja, sobre o fim dos tempos.
Jesus pronunciou este discurso no Templo de Jerusalém, inspirando-se nas pessoas
que comentavam sobre a grandeza e beleza daquele Templo. Então, Jesus disse: "Dias
virão em que, tudo o que se vê agora, não ficará pedra sobre pedra". Naturalmente,
os discípulos lhe perguntaram: quando isso vai acontecer? Quais serão os sinais? Mas,
Jesus, disse o Papa, desvia a atenção destes aspectos secundários “quando acontecerá”,
“como será”, para falar de questões mais sérias.
“Primeiro, não se deixar enganar
pelos falsos messias e não se deixar paralisar pelo medo. Segundo, viver o tempo de
espera como tempo de testemunho e de perseverança”.
Este discurso de Jesus,
explicou o Pontífice, é sempre atual, sobretudo para nós, que vivemos no século XXI.
De fato, Jesus nos repete: "Cuidado para não se deixar enganar. Muitos virão em meu
nome". Eis um convite ao discernimento:
“Ainda hoje, na verdade, existem falsos
"salvadores", que tentam substituir Jesus: líderes deste mundo, santarrões, personagens
que querem atrair os corações e as mentes, especialmente os jovens. Mas, Jesus nos
adverte: "Não os sigam”!
O Senhor, acrescentou o Pontífice, nos ajuda a não
termos medo diante das guerras, das revoluções, mas também das catástrofes naturais,
das epidemias, pois nos livra do fatalismo e das falsas visões apocalípticas. E, explicando
o segundo aspecto, ou seja, para viver o tempo de espera como tempo de testemunho
e de perseverança, o Santo Padre disse:
“O segundo aspecto nos interpela, precisamente,
como cristãos e como Igreja: Jesus preanuncia as provações dolorosas e as perseguições,
pelas quais seus discípulos deveriam passar por sua causa. No entanto, ele nos assegura
que estamos totalmente nas mãos de Deus!”.
Com efeito, precisou o Papa, as
adversidades que encontramos, por causa da nossa fé e da nossa adesão ao Evangelho,
são ocasiões de testemunho; elas não devem nos afastar do Senhor, pelo contrário,
devem nos levar a nos abandonar ainda mais em suas mãos, no poder do seu Espírito
e na sua graça.
Aqui, o Bispo de Roma dirigiu seu pensamento aos numerosos
irmãos e irmãs cristãos, que sofrem perseguições, por causa da sua fé, em várias partes
do mundo. São tantos, disse, talvez bem mais que nos primeiros séculos do cristianismo.
Por isso, convidou os presentes a admirarem sua coragem e testemunho e a permanecerem
unidos a eles na oração e na solidariedade.
Neste sentido, o Pontífice recordou
a promessa que Jesus nos faz, que é uma verdadeira garantia de vitória:
“Pela
sua perseverança vocês salvarão suas vidas. Quanta esperança nestas palavras! Elas
são um convite à esperança e à paciência, a sermos capazes de esperar os frutos seguros
da salvação, confiantes no sentido profundo da vida e da história”.
De fato,
afirmou o Pontífice, as provações e as dificuldades fazem parte de um desígnio bem
maior, pois o Senhor, dono da história, leva tudo a seu cumprimento. Apesar das desordens
e das calamidades que se abatem sobre o mundo, o designo da bondade e de misericórdia
de Deus se cumprirá.
Papa Francisco concluiu sua alocução dominical, afirmando
que esta mensagem de Jesus nos faz refletir sobre o nosso presente e nos dá a força
para enfrentá-lo, com coragem e esperança, na companhia de Nossa Senhora, que sempre
caminha conosco.
Ao término da sua reflexão, o Bispo de Roma passou a cumprimentar
alguns grupos de peregrinos, provenientes de diversas localidades. Mas, antes, convidou
a todos a levarem para casa uma caixinha, chamada “Misericordina”, contendo um Terço,
uma espécie de caixinha de remédio, que alguns voluntários distribuíam, gratuitamente,
na Praça São Pedro, no final do encontro mariano.
Por fim, o Papa se despediu
dos fiéis, desejando a todos “bom domingo e bom apetite”, concedendo-lhes a sua Bênção
Apostólica! (MT)