Cidade do Vaticano (RV) – No nosso espaço dedicado
aos 20 anos da publicação do Novo Catecismo, vamos a partir deste programa, contar
com a contribuição do Monsenhor Antonio Luiz Catelan, assessor da Comissão da Doutrina
da Fé, da CNBB, que realizará uma série de reflexões sobre temas contidos no Catecismo.
Qual o significado do ‘Eu creio’, contido no início do catecismo? É esta a
reflexão que nos é proposta para o programa de hoje.
“Hoje eu gostaria de propor
para a nossa meditação, o modo como o Catecismo começa. Inicia dizendo: ‘Eu creio,
nós cremos’.
Já desde o começo, a fé é valorizada e salientada no seu aspecto
pessoal – eu creio – mas não de modo individual. Por isto, imediatamente depois de
dizer ‘eu creio’, o Catecismo explica que este ‘eu, que crê’, está inserido em um
‘nós’, que é a Igreja, ‘nós cremos’. ‘Eu creio’ a fé, da Igreja, a fé que a Igreja
me transmitiu por meio dos meus pais, da minha família, dos meus catequistas, da comunidade
que eu freqüentei, de alguma pessoa que por Providência divina passou em minha vida
e me transmitiu esta experiência que agora eu cultivo. Então, o ‘eu creio’, só é verdadeiro,
quando ele está ligado ao ‘nós cremos’, que é a fé da Igreja.
Eu creio, é
como que a continuação no tempo da experiência batismal. Em geral, isto aconteceu,
para uma grande parte de nós, talvez ainda a maioria quando éramos crianças, e disto
não temos consciência, mas conhecemos o ritual com o qual a Igreja realiza o Batismo.
E por isto nós sabemos que o ritual é feito em forma de perguntas e respostas. Primeiramente
vêm aquelas perguntas a respeito da renúncia, ao demônio, às suas seduções, sua pompa,
a tudo que em virtude do pecado nos desune, ao que o próprio catecúmeno ou os seus
pais e padrinhos, quando se trata de uma criancinha, respondem que ‘eu renuncio’.
A
esta primeira série de interrogações, corresponde a experiência da conversão, do abandonar
uma vida, vivida a partir de si mesmo, ou a partir de algum ídolo, para viver a partir
de Deus. Esta interrogação que é feita pela Igreja, pelo ministro do Batismo, um Padre,
um ministro, um diácono - em situações extraordinárias um leigo – estas perguntas
indicam então o fim de um processo de conversão. E em seguida vêm as outras três perguntas:
‘Crês em Deus Pai, criador do céu e da Terra?; crês em Jesus Cristo?, com todos os
complementos do artigo; e depois crês no Espírito Santo?, com todos os complementos
do artigo do Espírito Santo.
Novamente três interrogações, às quais a pessoa
ou seus representantes – pais e padrinhos - respondem ‘Eu creio’. E com este ‘Eu creio’
se é inserido definitivamente na comunidade crente que é a Igreja, Corpo de Cristo,
templo vivo do Espírito Santo”.
Monsenhor Luis Antonio Catelan - Assessor
da Comissão da Doutrina da Fé – CNBB