2013-11-05 14:42:03

Salvador: conheça o trabalho do Centro Nova Semente, que recebeu oferta do Papa Francisco


Salvador (RV) - O trabalho desenvolvido com crianças e adolescentes filhos de pais encarcerados chamou a atenção do Papa Francisco. O Centro Nova Semente, localizado ao lado do Complexo Penitenciário Estadual, em Mata Escura (BA), recebeu uma doação em dinheiro enviada pelo Pontífice. A entrega ocorreu nesta segunda, 4 de novembro, durante visita do Presidente do Pontifício Conselho para a Família, Dom Vincenzo Paglia, ao arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger.

A verba, doada pelo Vaticano, destinava-se à construção de uma nova obra social em Salvador. Mas como a construção se mostrou inviável, Dom Murilo e o Cardeal Geraldo Majella Agnelo pediram ao Papa para que o dinheiro fosse canalizado para o Centro Nova Semente. “É uma obra que precisa de recursos. Pedimos para o Papa Bento XVI na época, mas, com a sua renúncia, tivemos de esperar. A primeira resposta que tivemos foi a de que o novo Papa deveria ser comunicado. Em seguida, recebemos a confirmação de que o Papa Francisco concordou e nos apoiou”, explica o Arcebispo.

Além de uma casa onde, atualmente, moram 30 crianças e adolescentes, filhos de homens e mulheres que se encontram encarcerados, o Centro Nova Semente passará a contar com uma casa para crianças de 0 até 3 anos e um salão polivalente. “A ajuda financeira do Vaticano possibilitará a ampliação do espaço. Atualmente, as nossas dificuldades aqui são muitas e passam pela saúde, cultura e educação”, diz a responsável pela obra, Irmã Adele Pezzone.

Dom Murilo afirma que a doação é um gesto de carinho de Francisco. “Quando a mãe está presa, só pode ficar com os filhos durante o período da amamentação. Este centro possibilita a proximidade entre mães e filhos, com visitas que são frequentes. No Centro Nova Semente as crianças não são separadas das mães”, explicou.

A obra
O Centro Nova Semente foi fundado em 1999, depois de uma decisão judicial determinando que crianças com mais de 6 meses de idade - período da amamentação - deveriam ser mantidas fora da Penitenciária Feminina. Preocupada com a situação dos pequenos que não tinham para onde ir, a Pastoral Carcerária providenciou a retirada das crianças.

“Aqui não é um orfanato. As crianças não estão disponíveis para adoção. Aqui elas aguardam que suas mães cumpram as penas e continuam mantendo vínculos afetivos com elas. Quando as mães recebem a liberdade, os filhos são reinseridos nos seus lares. Isso acontece aos poucos e nós vamos acompanhando. A mãe leva o filho para passar um fim de semana, as férias escolares ou todo o ano letivo. Não é fácil para uma criança que chegou ao Centro com seis meses de idade ir morar com a mãe aos 12 ou 13 anos”, diz Irmã Adele.
(BF/CNBB)







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