Igreja pede "tolerância
zero" frente ao tráfico de seres humanos
Cidade do Vaticano (RV) – Tolerância zero: este foi o consenso
ao qual chegaram os participantes do encontro internacional sobre o tráfico de seres
humanos, realizado no Vaticano no último final de semana.
Os organizadores do congresso apresentaram
as conclusões esta manhã, na Sala de Imprensa da Santa Sé. O Chanceler da Pontifícia
Academia das Ciências, Dom Marcelo Sánchez Sorondo, reiterou a necessidade de um maior
apoio da Igreja na luta contra este crime e uma maior conscientização acerca do problema.
“A
criminalidade que conseguiu se impor é um efeito da globalização da indiferença de
que fala o Papa Francisco”, afirmou o Chanceler. Dom Sánchez Sorondo declarou que
se tratou de um encontro muito frutífero, mas a Pontifícia Academia ainda tem que
estudar os modos para pôr em prática todas as sugestões e propostas feitas, inclusive
a criação de uma nova de rede de combate ao tráfico.
O médico Dr. José Maria Simón Castelvì
citou a Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro, ocasião em que ficou evidente
os estragos que o uso do crack provoca entre os jovens. Com a droga, estão envolvidos
a violência e o crime organizado – contexto que facilita o tráfico de pessoas e de
órgãos.
Ele manifestou a preocupação dos médicos
pela falta de justiça que esses crimes acarretam, recordando de modo especial que
quando se fala de doação de sangue ou de órgãos, se trata de um ato completamente
gratuito, que não pode ser comercializado.
Dr. Castelvì falou ainda de uma “mudança
de época” de enfrentar o tráfico ao considerar a prostituição como uma forma de escravidão.
“Este tráfico deve acabar”, defendeu.
Já o Prof. Juan José Llach afirmou que
foram apresentadas mais de 50 propostas durante o congresso e que para a Pontifícia
Academia das Ciências começa um período de trabalho intenso para articular e repensar
ação da Igreja perante o tráfico de pessoas.