“A Igreja é sempre chamada a construir pontes e não muros”: Card. Filoni visita o
Paquistão
Lahore (RV) – O Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, Card.
Fernando Filoni, visitou a comunidade católica paquistanesa, por ocasião de uma ordenação
episcopal na cidade de Faisalabad no dia 1º de novembro.
A ordenação foi a
oportunidade para encontrar os Bispos da Conferência Episcopal do Paquistão - encontro
ocorrido na tarde de 31 de outubro, em Lahore.
Em seu discurso, o Cardeal citou
a convivência “nem sempre fácil e pacífica” entre grupos religiosos majoritários e
minoritários, a violação dos direitos humanos, de modo especial da liberdade de fé
e de culto.
“Como católicos – destacou o Purpurado –, somos chamados ao exercício
do ensinamento de Jesus de fazer o bem. Ao mesmo tempo, Ele respeitava a escolha íntima
de cada pessoa, inclusive dos seus adversários, sem jamais fazer proselitismo… consequentemente,
este método não deve pertencer à missão da Igreja.”
O Card. Filoni prosseguiu
recordando que “a Igreja é sempre chamada, como dizia o Beato João Paulo II, a construir
pontes e não muros… Nós sabemos que este tipo de serviço não é fácil e nem mesmo bem
compreendido. Sabemos também que não estamos sós e que atrás e acima deste serviço
está a graça de Deus e a obra do Espírito Santo”.
O Prefeito da Congregação
para a Evangelização dos Povos indicou duas perspectivas para o futuro da Igreja paquistanesa:
“Una ad intra, ou seja, a consolidação da própria realidade eclesial, e una ad extra,
isto é, o seu papel no continente asiático e no mundo”.
O Card. Filoni recomendou
aos bispos que encorajem e confirmem sempre na fé os fiéis e que estejam próximos
a eles nas variadas circunstâncias e dificuldades.
“Sabemos bem que nessas
últimas décadas ser cristãos neste país nem sempre foi fácil. Pelo contrário, devo
dizer que em não poucas circunstâncias as comunidades cristãs no Paquistão, por causa
de extremismos e fanatismos, teve que dar um forte testemunho de martírio e de fidelidade
a Cristo”, e citou a propósito o exemplo de Shahbaz Bhatti, que “deu seu sangue pela
fé e foi morto pela paz”.