Moçambique – Renamo diz renegar aos acordos de paz na sequência da tomada de uma sua
base paramilitar por parte de forças governamentais
A Renamo - Resistência
Nacional Moçambicana, principal grupo de oposição ao governo de Moçambique, anunciou
nesta segunda-feira que se retira dos acordos de paz de 1992 que encerraram a guerra
civil contra o partido governamental Frelimo - Frente de Libertação de Moçambique,
segundo noticia a agência Reuters. Esta decisão está a gerar temores de um novo conflito
na antiga colónia portuguesa. A Renamo aderiu à política institucional depois
do Acordo de Roma, que encerrou a brutal guerra civil que durou de 1975 a 1992. O
partido disse ter decidido renegar ao acordo por causa da ação militar desta segunda-feira
que resultou na tomada, por parte de forças governamentais, de uma base paramilitar
onde o líder oposicionista Afonso Dhlakama estava instalado. Dhlakama terá fugido
para as montanhas mais próximas. Fernando Mazanga – porta-voz da Renamo afirmou
nesta segunda-feira que "a paz no país acabou ... A responsabilidade é do governo
da Frelimo, que não quer escutar as queixas da Renamo". Mazanga afirmou que a Renamo,
que tem 51 deputados reunirá para decidir a sua nova estratégia. Ele não descartou
de imediato que o grupo volte a pegar em armas a nível nacional. Não houve reação
imediata do governo do presidente Armando Guebuza e do seu partido Frelimo. Contudo,
o governo confirmou a tomada da base da Renamo na região da Gorongosa, na província
de Sofala, cerca de 600 quilómetros a norte da capital Maputo. Esta ação terá ocorrido
após confrontos na área entre o Exército e homens da Renamo. (RS)