Papa no Angelus: “A luta contra o mal é dura e longa, requer paciência e resistência”
Cidade do Vaticano (RV) – “A luta contra o mal é dura e longa, requer paciência
e resistência”: foi o que recordou o Papa Francisco, na alocução que precedeu a oração
mariana do Angelus, aos milhares de fiéis reunidos na Praça São Pedro. “Assim – explica
o Santo Padre – há uma luta que deve ser levada avante todos os dias. Deus está ao
nosso lado, a fé n’Ele é a força, e a oração é a expressão da fé”.
Inspirando-se
na parábola da viúva que pede com insistência a um juiz desonesto para ter justiça,
o Papa observa:
“Clamar dia e noite” a Deus! Impressiona-nos esta imagem
da oração. Mas vamos nos perguntar: por que Deus quer isso? Ele já não conhece as
nossas necessidades? Que sentido tem “insistir” com Deus? Esta é uma boa pergunta,
que nos faz aprofundar um aspecto muito importante da fé: Deus nos convida a rezar
com insistência não porque não sabe do que precisamos, ou porque não nos ouve. Pelo
contrário, Ele ouve sempre e sabe tudo sobre nós, com amor.
No nosso
caminho cotidiano, - continuou o Papa Francisco, especialmente nas dificuldades, na
luta contra o mal fora e dentro de nós, o Senhor está ao nosso lado; nós lutamos com
ele ao lado, e a nossa arma é precisamente a oração, que nos faz sentir a sua presença,
a sua misericórdia, a sua ajuda.
Mas a luta contra o mal é difícil e longa,
exige paciência e resistência - como Moisés, que tinha que levantar os braços para
fazer vencer o seu povo (cf. Ex 17,8-13 ) . É assim: há uma luta que deve continuar
a cada dia; Deus é o nosso aliado, a fé n’Ele é a nossa força, e a oração é a expressão
da fé.
Por isso, Jesus nos garante a vitória, mas pergunta: "O Filho do homem
quando vier, encontrará fé sobre a terra?” (Lc 18:08 ). Se se apaga a fé, se se apaga
a oração, e nós caminhamos nas trevas, nos perdemos no caminho da vida, disse o Papa.
Francisco
continuou dizendo que devemos aprender da viúva do Evangelho a rezar sempre, sem se
cansar:
“Era notável esta viúva! Ela sabia lutar pelos seus filhos! E
penso em tantas mulheres que lutam por sua família, que rezam, que não se cansam jamais.
Uma recordação, hoje, todos nós, a essas mulheres que com o seu comportamtento nos
dão um verdadeiro testemunho de fé, de coragem, um modelo de oração. Uma recordação
a elas! Rezar sempre, mas não para convencer o Senhor com a força da palavras! Ele
sabe melhor do que nós do que precisamos! A oração perseverante é ao invés a expressão
de fé em um Deus que nos chama a lutar com ele, cada dia, cada momento, para vencer
o mal com o bem”.
Após a oração do Angelus o Papa Francisco recordou
que neste domingo comemoramos o Dia Mundial das Missões. Qual é a missão da Igreja,
perguntou? Difundir em todo o mundo a chama da fé, que Jesus acendeu no mundo: a fé
em Deus, que é Pai, Amor, Misericórdia. O método da missão cristã – acrescentou -
não é fazer proselitismo, mas o da chama compartilhada que aquece a alma.
O
Pontífice agradeceu a todos aqueles que, através da oração e da ajuda concreta apóiam
o trabalho missionário, em especial, a preocupação do Bispo de Roma pela difusão do
Evangelho.
“Neste dia estamos próximos a todos os missionários e missionárias,
que trabalham muito sem fazer barulho, e dão a vida. Como a italiana Afra Martinelli,
que trabalhou por muitos anos na Nigéria: dias atrás, foi assassinada, num assalto;
todos choraram, cristãos e muçulmanos. Ela proclamou o Evangelho com a vida, com o
trabalho que realizou, um centro de educação; assim espalhou a chama da fé, combateu
o bom combate!”
Em seguida o Santo Padre recordou Stefano Sándor, que
neste sábado foi beatificado em Budapeste. “Ele era um salesiano leigo, exemplar no
serviço aos jovens, no oratório e na educação profissional. Quando o regime comunista
fechou todas as obras católicas, - disse o Papa - ele enfrentou a perseguição com
coragem, e foi morto aos 39 anos. Vamos nos unir à ação de graças da Família Salesiana
e da Igreja húngara.
O Santo Padre expressou ainda sua proximidade às populações
das Filipinas atingidas por um forte terremoto, e convidou todos a rezarem por aquela
“querida nação, que recentemente sofreu diversas calamidades”.
O Papa Francisco
saudou também os jovens que deram vida à manifestação “100 metros de corrida e de
fé”, promovida pelo Pontifício Conselho para a Cultura, recordando que “o crente é
um atleta do espírito”!
Nas saudações conclusivas saudou o grupo de oração
“Raio de Luz”, do Brasil e as Fraternidades da Ordem Secular Trinitária (SP)