Lisboa (RV) - A Cáritas Portuguesa alertou esta quinta-feira para as consequências
das atuais políticas de austeridade para a população, falando num aumento do “risco”
de pobreza e na necessidade de uma maior aposta na criação de emprego.
“Desde
o início da crise os rendimentos reais do trabalho aumentam menos do que justificariam
os ganhos de produtividade, tendo como consequência um crescimento das desigualdades”,
assinala a organização, num comunicado enviado à Agência Ecclesia.
A Cáritas
apresenta o trabalho como “essencial para a coesão social”, mas lamenta que as atuais
opções políticas estejam “mais assentes no aumento da competitividade e na regulação
financeira do que na criação de emprego”.
“A crise e o aumento do desemprego
por ela originado estão a ter reflexos nas taxas de pobreza em Portugal”, destacam
os responsáveis pela entidade.
Os dados citados mostram que o risco de pobreza
para a população em situação de desemprego aumentou 2,3 por cento, passando a ser
de 38,3 por cento.
“Enquanto há mais gente próxima de ser ‘oficialmente’ pobre,
os ricos têm cada vez mais reservas”, adverte o comunicado, divulgado por ocasião
do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza.
A Cáritas Portuguesa anunciou
uma campanha que visa combater o que considera ser um “flagelo social" e sensibilizar
os cidadãos para assumirem “uma posição mais relevante”. A campanha será divulgada
através das redes sociais.