Cidade do Vaticano (RV) – “30 anos do Centro Televisivo Vaticano. A televisão
que conta o Papa ao mundo”: com este título, realiza-se esta sexta-feira, em Roma,
o congresso para celebrar a criação do CTV, em 1983, sob o pontificado de João Paulo
II.
O congresso foi a ocasião para o Papa Francisco enviar uma mensagem ao
Diretor do CTV, Mons. Dario Edoardo Viganò (foto), e refletir sobre o papel da Igreja
nos meios de comunicação.
Nessas décadas, observa o Pontífice, a tecnologia
viajou em alta velocidade, criando inesperadas redes interconexas. Todavia, é necessário
manter a perspectiva evangélica nesta espécie de “rodovia global da comunicação”,
sempre fiel aos propósitos de quando o CTV foi criado, ou seja, de favorecer uma ação
mais eficaz da Igreja nos meios de comunicação.
Por isso, os eventos eclesiais
jamais podem ser apresentados sob uma ótica mundana, escreve o Papa, recordando seu
encontro com os jornalistas dias após sua eleição à Sé de Pedro. Se já não é simples
narrar os eventos da história, mais complexo ainda é contar os eventos ligados à Igreja,
que é “sinal e instrumento da íntima união com Deus”, é Corpo de Cristo, Povo de Deus
e Templo do Espírito Santo.
“Isso requer uma responsabilidade especial, uma
forte capacidade de ler a realidade em chave espiritual. Isso significa um cuidado
particular ao selecionar, editar e veicular as imagens – habilidades que norteiam
o trabalho do CTV.
A função do Centro Televiso Vaticano, prossegue Francisco,
não se reduz somente a documentar de maneira “neutra” os eventos, mas é muito mais
do que isso: é “contribuir para aproximar a Igreja ao mundo, eliminando as distâncias,
fazendo chegar a palavra do Papa a milhões de católicos, inclusive onde muitas vezes
professar a fé é uma escolha corajosa. Graças às imagens, o CTV está em caminho com
o Papa para levar Cristo a tantas formas de solidão do homem contemporâneo, alcançando
também as ‘sofisticadas periferias tecnológicas’”.
Nesta missão, ressalta o
Papa, é importante recordar que a Igreja está presente no mundo da comunicação, em
suas múltiplas expressões, sobretudo para conduzir as pessoas ao encontro com o Senhor
Jesus. “É somente o encontro com Jesus, de fato, que pode transformar o coração e
a história do homem. Peçamos ao Senhor que nos torne capazes de chegar ao coração
do homem, além das barreiras da desconfiança, e peçamos a Nossa Senhora que guie os
nossos passos de ‘peregrinos da comunicação’”, conclui o Santo Padre, invocando a
intercessão de Santa Clara, padroeira da televisão. (BF)