2013-10-17 19:37:04

Síria: Patriarca Laham denuncia violência contra minoria cristã


Damasco (RV) - "Os cristãos são um grande recurso para o fim do conflito na Síria e não precisam do presidente Bashar al-Assad para sobreviver", foi o que disse o Patriarca Greco-católico de Antioquia, de todo o Oriente, de Alexandria e de Jerusalém dos Melquitas, Gregório III Laham, numa entrevista concedida à BBC.

Segundo o patriarca, os cristãos devem testemunhar uma nova forma de vida e novos valores ao mundo árabe em crise. "A nossa missão é tentar mudar a visão do mundo árabe", disse o melquita Laham.

O prelado elogiou a iniciativa recente de destruição de armas químicas que deu novamente esperança ao país, mas salientou que para acabar com a guerra são necessários o desejo de reconciliação e a organização de uma conferência de paz.

Gregório III Laham ressaltou que uma solução estável do conflito só poderá acontecer quando todos os combatentes estrangeiros voltarem para suas pátrias. "Somente deste modo será possível realizar um Governo de unidade nacional formado por membros da oposição e do regime", disse. Para o patriarca a guerra e a violência chegaram a um nível tal que a saída de cena de Assad passou para o segundo plano.

A fome, a pobreza e os ataques dos extremistas obrigaram a fugir mais de 450 mil cristãos sírios. Antes da revolução a comunidade tinha cerca de 1 milhão e 750 mil pessoas, cerca de 7,8% da população. Não obstante o êxodo, o patriarca greco-católico está convencido de que "a comunidade cristã sobreviverá".

A fragmentação do exército sírio livre, único grupo leigo a lutar contra Assad, permitiu a entrada no conflito de jihadistas de todas as nacionalidades que atualmente controlam várias áreas do país, dentre elas a província de Aleppo.

Até 2012, a guerra se manteve no plano político-militar e não de ódio confessional e a minoria cristã desfrutou da proteção tanto do Exército quanto dos rebeldes.

O aumento de grupos fundamentalistas como Jabat al-Nousra e Estado Islâmico do Iraque e do Levante, considerado pelos próprios muçulmanos o grupo mais radical presente na Síria, levou o conflito a um plano inter-confessional com um aumento exponencial da violência contra os cristãos. (MJ)







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