Como valorizar o lugar da mulher na Igreja? - voltou a questionar-se o Papa Francisco,
nos 25 anos da "Mulieris dignitatem"
Neste sábado ao fim da manhã, o Papa Francisco recebeu uns 150 participantes no Seminário
promovido pelo Conselho Pontifício para os Leigos por ocasião dos 25 anos da Carta
“Mulieris dignitatem”, do Beato João Paulo II, o primeiro documento do magistério
da Igreja inteiramente dedicado à mulher. Nestes três dias de encontro em Roma foi
aprofundado especialmente o ponto da Carta em que se diz que “Deus confia de modo
especialmente o homem, o ser humano, à mulher”.
“Que significa este confiar
especialmente o ser humano à mulher? – interrogou-se o Papa, respondendo considerar
que se trata da dimensão de maternidade. Muitas coisas podem mudar e mudaram mesmo
na evolução cultural e social, mas permanece o facto de que é a mulher que concebe,
porta no seio e dá à luz os filhos dos homens. E não se trata apenas de um dado biológico.
“Chamando a mulher à maternidade, Deus confiou-lhe de uma maneira muito especial o
ser humano”.
Sobre a mulher e a sua vocação – considerou o Papa – há “dois
perigos, dois extremos opostos”. O primo é reduzir a maternidade a uma função social,
a uma tarefa, por muito nobre que seja, mas que na realidade põe de lado a mulher
com todas as suas potencialidades. O perigo oposto é promover uma espécie de emancipação
que, para ocupar os espaços subtraídos pelo masculino, abandona o feminino com as
preciosas marcas que o caracteriza.
Papa Francisco chamou a atenção para
a “sensibilidade especial pelas coisas de Deus” que tem a mulher, “sobretudo
no ajudar-nos a compreender a misericórdia, a ternura e o amor que Deus tem por nós”.
É neste contexto que se coloca a “Mulieris dignitatem”, com uma reflexão profunda,
orgânica. É daí que há que partir de novo para o desejado trabalho de aprofundamento
e promoção do papel da mulher – considerou o Papa. “Também na Igreja é importante
perguntar-se: que presença tem a mulher? Pode ser mais valorizada? É uma realidade
que tenho muito a peito”.
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O Santo Padre recebeu também
neste sábado de manhã o novo Embaixador das Honduras, Carlos Ávila Molina, para apresentação
das Cartas Credenciais. Recebeu também o cardeal Marc Ouellet, Prefeito da Congregação
para os Bispos.
E precisamente para a Congregação para os Bispos, o Papa Francisco
nomeou hoje como novo Secretário mons. Ilson de Jesus Montanari, que trabalhava já
neste dicastério.
Como chefe de Secção da Elemosineria Apostólica, o Santo
Padre nomeou mons. Diego Ravelli, que trabalhava já neste serviço da Sé Apostólica.