Cidade do Vaticano
- (RV) - A primeira leitura, extraída do 2º Livro dos Reis, nos fala do poder
do Deus de Israel. O sinal da cura de Naamã cumpre seu objetivo: convertê-lo ao Deus
único e verdadeiro. Grato por tudo, o general sírio quer presentear o profeta Eliseu,
mas este nada aceita. Foi Deus quem operou o milagre e não ele. O general Naamã tem
em seguida uma atitude típica de quem vai a Aparecida ou a outros santuários, ele
quer levar uma lembrança, uma recordação de sua cura. Ele escolhe nada mais do que
o símbolo do próprio local da cura, de onde encontrou Javé – um pouco da terra de
Israel. Ele o leva não como troféu ou simples recordação, mas com o objetivo de orar
a Javé sobre aquela terra.
Devemos aprender com Eliseu a não aceitarmos presentes
como sinal de gratidão por feitos de que não fomos os autores. Essa atitude promoveu
a conversão de Naamã ao Deus único.
No Evangelho temos uma cena parecida. Jesus
é procurado por dez leprosos e os cura, mandando- os irem até aos sacerdotes. Contudo,
apenas um deles, exatamente o estrangeiro como Naamã, volta para agradecer. Jesus
dá grande importância a esse gesto. Agradecer é muito importante para o Senhor. Podemos
nos perguntar porque os outros nove não foram agradecer e logo sabemos a resposta.
Ele foram cumprir as prescrições legais previstas para os curados. Jesus não é contra
isso, mas reage ao ver que o mais importante – mostrar um coração agradecido – não
foi feito. Do mesmo modo como vimos no domingo passado, o Senhor não aprova colocar
os compromissos legais ou até religiosos antes da caridade. Aí a postergada é a gratidão
em favor do ritual legal.
Os leprosos, dez, número que nos remete à totalidade
da Humanidade, são curados quando estão a caminho, em direção aos sacerdotes. Assim
é nossa vida. Somos curados das mazelas do dia a dia, de suas vicissitudes, no dia
a dia, em nossa caminhada para Deus. E Jesus, como em Emaús, está ao nosso lado, nos
esclarecendo e nos dando força. Será importante não nos fixarmos em rituais pré-estabelecidos
se temos o Senhor ao nosso lado. Agradeçamos-lhe os dons.
Todos os homens
gritam como os leprosos a Jesus: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!” Todos temos
nossas necessidades, nossos limites e todos queremos a salvação, seja física ou espiritual.
O Senhor nos ama e quer nos salvar, mas espera nosso pedido. Demonstrando nosso empenho,
nossa busca pela vida, chegamos àquele que disse “Sou a ressurreição e a vida!” Após
tudo isso é necessário permitir que os sinais de vida fluam de nosso ser e mostrar-se
grato é o primeiro. (CAS)