Papa: "Antissemitismo seja extirpado do coração do todos os homens e mulheres"
Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu na manhã desta sexta-feira,
11, no Vaticano, uma delegação da comunidade judaica de Roma, encabeçada pelo Rabino-chefe,
Dr. Riccardo Di Segni.
“Shalom!”, começou o Papa, saudando a comunidade, que
com mais de dois mil anos de presença na cidade, é a mais antiga da Europa ocidental.
“A convivência com a Igreja de Roma foi marcada por fases de incompreensões e injustiças,
mas com a ajuda de Deus, vive há décadas em relação de amizade e fraternidade”, ressaltou.
Dentro de poucos dias, decorre o 70º aniversário da deportação dos judeus
de Roma. Neste enfoque, lembrando que a tragédia da guerra “nos ensinou a caminhar
juntos”, o Papa disse que será uma ocasião para rezar pelas vítimas e suas famílias,
mas também para manter alta a atenção a fim de que formas de intolerância e antissemitismo
não ressurjam em Roma e no resto do mundo.
A recorrência nos recordará ainda
que naqueles momentos sombrios, a comunidade cristã soube estender as mãos aos irmãos
com dificuldades. Francisco lembrou que muitos institutos religiosos, mosteiros e
Basílicas abriram suas portas e muitos cristãos ofereceram sua ajuda, na medida do
que podiam.
“Tiveram a coragem de fazer o que naquele momento era certo: proteger
o irmão que estava em perigo”, ressaltou o Papa, afirmando que é importante que ambas
as partes aprofundem a reflexão teológica, mas é igualmente fundamental o diálogo
que nasce da experiência cotidiana.
“Sem uma real e concreta cultura do encontro,
que cria relações autênticas, sem preconceitos e suspeitas, o esforço no campo intelectual
não teria sentido”.
Terminando sua saudação, o Papa disse que quer contribuir
com esta amizade assim como o fez com a comunidade judaica de Buenos Aires:
“Entre
as muitas coisas que temos em comum está o testemunho da verdade das dez Palavras,
do Decálogo, como fundamento sólido e fonte de vida para a nossa sociedade, tão desorientada
por um pluralismo extremo das escolhas e marcada por um relativismo que desvia das
referências mais sólidas e seguras” (Bento XVI, Discurso à Sinagoga de Roma, 17 de
janeiro de 2010).