2013-10-10 14:04:24

Rep. Centro-Africana: apelo da Igreja pelo fim da violência


Bangui (RV) – Acabar com a indiferença: este o objetivo do Apelo de Bangui, assinado pela Igreja Católica e Igrejas evangélicas da República Centro-Africana. A mensagem é dirigida, primeiramente, aos cristãos, para favorecer a coabitação com os muçulmanos: “os vários grupos religiosos, que viveram pacificamente durante séculos, querem continuar a levar a paz ao nosso país”.

O documento manifesta também a esperança de “uma intervenção da comunidade internacional, para garantir a segurança na capital e no interior do país”. Em várias áreas continuam a se registrar violências e mortes. Em muitas localidades se formaram grupos e comitês de autodefesa para contrastar os abusos dos homens de Seleka, as milícias que apoiam o governo que assumiu o poder em março último, após o golpe de estado.

Em meados de setembro uma delegação liderada pelo Arcebispo de Bangui, Dom Dieudonné Nzapalainga, realizou uma missão no norte do país: “a situação continua sendo caótica entre Bossangoa e Bouca”, denuncia o relatório preparado pelo grupo e publicado no início desta semana. O arcebispo lançou um apelo ao governo: “assuma suas responsabilidades em relação ao respeito dos direitos humanos e garanta o livre movimento em todo o território nacional”.

Apesar dos compromissos assumidos pelos membros do Seleka e dos líderes religiosos, a situação na área de Bossangoa continua crítica. Durante a presença da delegação liderada por Dom Nzapalainga houve violências e mortes. No relatório os integrantes da missão apontam uma longa lista de doze localidades abandonadas. “Na última, Ndow Kette, mais de cinquenta casas foram queimadas”. O objetivo da viagem era encontrar a população civil para promover o diálogo, também com as autoridades. Entre encontros, conversas e celebrações, a delegação registrou também que os “muitos atos de violência cometidos contra os não islâmicos criam tensões comunitárias cada vez mais fortes, que notamos em todas as cidades e localidades por onde passamos. Graças a Deus, os líderes religiosos trabalham sem descanso para acalmar as tensões”.

Faltam remédios, muitos postos de saúde, farmácias e hospitais foram saqueados. Em algumas áreas as pessoas já passam fome, os estoques de alimentos estão diminuindo, enquanto nas áreas rurais as colheitas e o gado estão sendo continuamente alvo de pilhagens e as mulheres já não podem ir até às lavouras onde sempre trabalharam porque o perigo é muito grande.

A delegação liderada pelo Arcebispo de Bangui foi acompanhada em toda a viagem por uma consistente patrulha de soldados da Força multinacional na República Centro-Africana. (SP)







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