2013-10-08 17:49:02

Cardeal Maradiaga: o Papa Francisco testemunha que a autoridade é um serviço de amor


Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco quer uma Igreja que saia pelo mundo para anunciar com coragem a Boa Nova. Foi o que ressaltou o arcebispo de Tegucigalpa, Honduras, Cardeal Andrés Rodríguez Maradiaga, na apresentação do livro "O Papa próximo", de autoria do Pe. Michele Giulio Masciarelli, publicado pela Tau Editora. A apresentação teve lugar esta segunda-feira na Sala Marconi da nossa emissora.

Caráter sinodal. Essa é a palavra-chave para compreender a reforma que o Papa Francisco quer dar ao governo da Igreja. O purpurado hondurenho, coordenador do "Conselho de cardeais" – que se reuniu dias atrás no Vaticano com o Papa –, ressaltou como Francisco concebe a autoridade.

A esse propósito, eis algumas considerações do Cardeal Maradiaga sobre a reforma do governo da Igreja.

"Para se ter autoridade não é necessário nenhum centralismo. A autoridade é um serviço de amor para fazer crescer. Desse modo, a autoridade do Santo Padre na Igreja não é a monarquia absoluta, um 'aqui mando eu'. É um autor: um autor que a cada dia escreve uma nova página deste livro da vida e vai acrescentando, página por página, uma Igreja que está viva."

Em seguida, o arcebispo de Tegucigalpa observou que o encontro de dias atrás foi somente o primeiro do "Conselho de cardeais", ao qual se seguirá outro em dezembro. Há muito ainda a ser feito, acrescentou, confirmando, todavia, o método de trabalho, querido pelo Papa em vista da reforma da Cúria:

"O método é uma sondagem o mais ampla possível, com todos os cardeais, bispos, sacerdotes e também leigos, em todos os lugares, para se ter o maior número possível de contribuições para uma nova reforma."

O Cardeal Maradiaga recordou a importância da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, realizada em maio de 2007 em Aparecida, SP, na qual o então Cardeal Bergoglio ressaltara a urgência de uma Igreja que não tivesse medo de sair de si mesma para vencer a tentação de uma cansada postura de autorreferência. Respondendo às perguntas dos jornalistas, o presidente da Caritas Internacional deteve-se, em seguida, sobre o tema da colegialidade nos anos do pós- Concílio:

"Talvez não se tenha tido a oportunidade de desenvolvê-la pelo fato de haver interesses em outros pontos, como, por exemplo, a reforma litúrgica... como também todo o aspecto da pastoral social.... De fato, havia muitas coisas. Mas agora se pensa que tenha chegado o momento." (RL)







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