A entrevista ao Papa Francisco foi uma verdadeira experiência espiritual - Padre Antonio
Spadaro em Fátima, onde falou sobre “pensar o cristianismo no tempo da rede”
O P. António Spadaro,
diretor da Revista “Civiltà Cattolica”, professor na Universidade Gregoriana e conhecido
especialista em comunicação digital, esteve no dia 4 de Outubro em Fátima para uma
conferência no âmbito das Jornadas de Comunicação Social, subordinadas ao tema “Comunicar
no ambiente digital”. A comunicação do P. Spadaro foi sobre “Pensar o Cristianismo
no tempo da rede”, tendo deixado bem claro que a internet e as redes sociais não são
um instrumento mas um ambiente de experiências onde a Igreja deverá superar a lógica
do púlpito, citando o Mons. Celli, e mergulhar na partilha da vida. Recusando existir
uma vida real e outra virtual, pois ela é uma só, considerou que o ser humano já não
utiliza instrumentos de pesquisa ou de procura mas quer estar ligado à rede e na posse
de toda a informação. Desta forma, o P. Spadaro preconizou ser fundamental a assunção
de uma lógica de testemunho na comunicação digital, em ordem a respondermos ao grande
desafio do ser humano que é o discernimento, também no encontro com Deus. Quem
muito tem colaborado para este novo ambiente de pensar o cristianismo é o Papa Francisco,
que o P. Spadaro entrevistou recentemente (foto). A este acontecimento se referiu
numa improvisada conferência de imprensa na manhã do dia 4. E começou por revelar
que a ideia da realização da entrevista afinal foi decidida em Portugal durante uma
reunião dos diretores das revistas dos jesuítas, sendo ele, P. Spadaro o encarregado
de fazer o primeiro contacto… Essa entrevista o P. Spadaro recorda-a, sobretudo,
como um momento de diálogo e mais do que isso uma verdadeira experiência espiritual. O
P. Spadaro não foi recebido pelo Papa como se estivesse numa sala de espera, mas sim
no seu quarto na Casa de Santa Marta num ambiente de grande simplicidade.
O
P. António Spadaro revelou ainda que se sentiu sempre imerso num diálogo em que, sabia
que estava a falar com o Papa munido da sua autoridade, mas nunca se sentiu colocado
à distância, muito pelo contrário, sentiu-se sempre num clima de grande disponibilidade,
naturalidade e normalidade. (RS)