Mensagem do Papa aos bispos europeus: católicos promovam fé e razão, verdade e liberdade
Cidade do Vaticano (RV) - Teve início nesta quinta-feira em Bratislava, na
Eslováquia, e prosseguirá até este domingo, dia 6, a plenária do Conselho das Conferências
Episcopais da Europa (CCEE), com o tema "Deus e o Estado. A Europa entre laicidade
e laicismo".
O objetivo principal é verificar como a religião e Deus são realidades
reconhecidas, respeitadas e ativas na constituição, no sistema jurídico e na sociedade
dos países do continente europeu. São muitos também os debates sobre temas de estreita
atualidade como o trabalho e a imigração.
Os trabalhos foram introduzidos pelo
presidente da CCEE, o Arcebispo de Budapeste, na Hungria, Cardeal Péter Erdő, que
leu aos participantes a mensagem do Papa Francisco.
O Papa manifesta seu apreço
aos bispos reunidos em Bratislava – no ano em que se celebram 1150 anos da chegada
de São Metódio àquelas terras – e se diz grato pela contribuição de reflexão que as
Conferências Episcopais da Europa oferecem sobre o tema da laicidade.
O Santo
Padre agradece também "pelo serviço que as Igrejas prestam às populações do continente
promovendo uma cultura que conjugue em constante harmonia, fé e razão, verdade e liberdade".
Palavras
essas que voltaram no discurso inicial do Cardeal Erdő, ressaltando como o estilo
de Francisco introduziu novas propostas e desafios para a missão da Igreja, sobretudo
na Europa de hoje, dividida entre uma forte cultura da fé e da tradição e uma crescente
rejeição da herança cristã.
Essa fratura – explicou o purpurado – tem como
conseqüência a inevitável deriva dos valores, culpa também do relativismo moral e
de um crescente laicismo, que se reflete na família, nas relações comerciais, na sempre
mais confusa relação entre povo e governantes.
"Nós cremos que Estado e sociedade
não podem ignorar a dimensão religiosa, aliás, o poder político deveria assegurar
a liberdade religiosa das pessoas e das comunidades para poder construir uma sociedade
unida e plural."
Em seguida, advertiu a jamais se perder de vista a tarefa
suprema da Igreja, que é de fazer-se próxima dos últimos, de todos aqueles que, como
recorda o Papa, são vítimas de uma "cultura do descartável": os desempregados, as
crianças deixadas sozinhas, os anciãos abandonados e todos aqueles que estão perdendo
a esperança, as muitas vítimas de guerras e perseguições na Síria, no Iraque, bem
como no norte da África. Porém, é também missão da Igreja evangelizar a modernidade
com novos esforços concretos de diálogo ecumênico, reiteradas vezes solicitados pelo
Santo Padre. (RL)