2013-10-02 11:45:37

Paz condição para desenvolvimento: recorda na ONU representante da Santa Sé. Evocada tragédia da Sìria e responsabilidade de proteger civis


A paz é uma condição imprescindível para o desenvolvimento humano integral. A paz e os objectivos de desenvolvimento a favor de todos os habitantes da terra só se podem obter se cada um dos Estados “assumirem plenamente a própria responsabilidade a favor do bem comum de todos”. – Recordou-o ontem, em Nova Iorque, D. Dominique Mamberti, Secretário (do Vaticano) para as Relações com os Estados, intervindo na sexagésima oitava Assembleia Geral das Nações Unidas, intervenção em parte centrada na tragédia da síria.
Sublinhando a importância do tema escolhido este ano – “Preparemos o terreno para o programa de desenvolvimento após 2015” – D. Dominique Mamberti observou que embora esteja perta a data fixada pela ONU para que se alcançassem os “Objectivos do Milénio”, estes estão longe de terem sido obtidos, nomeadamente no que diz respeito à consecução dos recursos necessários ao desenvolvimento. Após a crise de 2008 – sublinhou – é mais do que nunca urgente envolver todos os Estados na definição de políticas económicas internacionais para a promoção de finanças mais responsáveis e équas. Até mesmo um novo sistema financeiro internacional reconhecido por todos os Estados seria insuficiente se não se confrontassem permanentemente os resultados com os objectivos fixados para melhorar as condições de vida de quem está em dificuldade.
Em qualquer caso, o nó de fundo permanece o da paz, sem a qual não pode haver desenvolvimento – sublinhou o representante da Santa Sé. Para tal, é “necessário voltar aos princípios fundantes sobre os quais a comunidade internacional se empenhou há 70 anos”: a começar pela limitação do recurso às armas para a resolução dos conflitos. “É trágico constatar – declarou D. Mamberti – como ainda hoje os mecanismos predispostos pela ONU não têm permitido evitar graves conflitos civis ou regionais, nem proteger as populações, como demonstram os casos do Congo, da África Central e do Médio Oriente”:
Referindo-se expressamente ao caso da Síria, o prelado reafirmou a viva preocupação da Santa Sé pela sorte das comunidades cristãs e das outras minorias sírias, que – disse – “não devem ser constrangidas ao exílio , mas devem pelo contrário conservar um papel na futura configuração política do país e dar o seu contributo para o bem comum”. Embora reconhecendo o empenho das agências da ONU para proteger as populações civis, D. Dominique Mamberti considerou que desde há muito que tem faltado aos Estados a coragem de tornar prioritário o empenho internacional para a resolução do conflito. E evocou a esse propósito o princípio da “responsabilidade de proteger”, enunciado na Cimeira Mundial da ONU de 2005 e plenamente compartilhado pela Santa Sé. A tragédia síria – concluiu – representa ao mesmo tempo “um desafio e uma oportunidade para a ONU”. “Uma solução pacífica e duradoura do conflito sírio criaria um significativo precedente para o século em curso e facilitaria a inclusão na Carta das Nações Unidas do princípio da “responsabilidade de proteger”. (PG)








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