A Igreja é santa porque guiada pelo Espírito Santo – o Papa Francisco na audiência
geral lança uma questão: “Somos uma Igreja que acolhe de braços abertos os pecadores?”
Na Praça de
S. Pedro estavam largas dezenas de milhares de peregrinos que, como habitualmente,
vêm ávidos da palavra do Papa e da sua catequese na audiência geral das quartas-feiras.
Hoje foi sobre a Igreja Santa. No Credo, disse o Santo Padre, quando professamos que
a Igreja é Una também afirmamos que é santa. Mas, o Santo Padre lança, desde logo,
uma pergunta?
“Mas, em que sentido a Igreja é santa se vemos que a Igreja
histórica, no seu longo caminho de séculos, teve tantas dificuldades, problemas e
momentos de escuridão? Como é que pode ser santa uma Igreja feita de seres humanos,
de pecadores?”
Partindo da Carta de S. Paulo aos cristãos de Éfeso,
o Papa Francisco explicou que o Apóstolo Paulo tomando como exemplo as relações familiares,
afirma que Cristo amou tanto a sua Igreja que se deu a si mesmo por Ela, para a fazer
santa. Isto significa, em primeiro lugar, que Ela procede de Deus que é santo e nunca
a abandona; que Jesus Cristo, o Santo de Deus, está indissoluvelmente unido a Ela;
e que o Espírito Santo a guia, purifica e renova.
“É Santa porque Jesus
Cristo, o Santo de Deus, está unido em modo indissolúvel a ela; é santa porque é guiada
pelo Espírito Santo que purifica, transforma e renova. Não é santa pelos nossos méritos,
mas porque Deus a faz santa, é fruto do Espírito Santo e dos seus dons.”
Mas,
é também verdade, diz o Papa Francisco, que a Igreja é feita de pecadores. Por isso,
não se pode cair na tentação de imaginar uma Igreja feita somente de puros e perfeitos:
“Mas, Padre, eu sou um pecador, tenho grandes pecados, como é que posso
sentir-me parte da Igreja? Caro irmão, cara irmã, é mesmo isto que deseja o Senhor;
que tu lhe digas: Senhor estou aqui, com os meus pecados. Perdoa-me, ajuda-me a caminhar,
transforma o meu coração!”
A Igreja não rejeita os pecadores, mas
acolhe a todos, oferecendo a cada um a possibilidade de percorrer o caminho da santidade,
através do encontro com Cristo nos sacramentos, especialmente na Confissão e na Eucaristia.
Entretanto, o Santo Padre lançou algumas questões para reflexão:
“Somos
uma Igreja que chama e acolhe com os braços abertos os pecadores, que dá coragem,
esperança, ou somos uma Igreja fechada em si própria? Somos uma Igreja na qual se
vive o amor de Deus, em que existe atenção para com os outros, na qual se reza uns
pelos outros?”
Papa Francisco concluiu a sua catequese considerando
que não devemos ter medo de nos deixarmos guiar pelo Espírito Santo. Devemos ter a
certeza de que na vida há uma só tristeza, a de não ser santos, somos convidados a
não ter medo de buscar uma grande meta, deixando que Deus nos ame e nos purifique.
“Vivamos com alegria a nossa fé, deixemos-nos amar pelo Senhor...peçamos
este dom a Deus na oração, para nós e para os outros.”
No final
da audiência o Papa Francisco saudou os peregrinos de língua portuguesa em especial
um grupo da Diocese de Viseu em Portugal e vários grupos de brasileiros. (RS)