ACNUR premeia religiosa congolesa para reintegração de refugiados
Teve início segunda-feira em Genebra, na Suíça, a 64° Reunião do Comitê Executivo
do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR-UNHCR), em que participa
o Pontifício Conselho para os Migrantes e os Itinerantes. Na abertura teve lugar
a entrega do Prémio Nansen à freira congolesa Angelique Angélique Namaika, das irmãs
agostinianas. Pronunciou um discurso o escritor brasileiro Paulo Coelho e houve execuções
musicais. Ir. Angelique criou o Centro para Reintegração e Desenvolvimento na cidade
de Dungu, no nordeste da República Democrática do Congo. Ela atende mulheres que foram
vítimas do conflito congolês, de modo especial dos grupos rebeldes armados, como o
Exército de Resistência do Senhor (Lord’s Residence Army, LRA). Actualmente, são
atendidas pelo Centro150 mulheres . Desde que o centro foi criado, em 2008, mais de
2 mil mulheres já foram atendidas. Elas frequentam aulas de alfabetização e aprendem
um ofício. Ao tomar conhecimento do prémio do ACNUR, Ir. Angélique declarou: “Foi
uma surpresa para mim. E deixou-me muito feliz! Estou muito agradecida. Uma vez, chorei
porque estava a fazer o meu trabalho sozinha. Quando ganhei o prémio, pensei: ‘Então
o mundo sabe deste pequeno trabalho que eu faço?’. Vi que esse trabalho não é só meu,
ele também é de Deus, que me dá coragem para continuar a ajudar estas mulheres. Este
Prémio também é delas, e vai ajudar no trabalho que elas estão fazendo. Eu peço a
Deus para não ficar orgulhosa, mas continuar a agir de forma simples, ajudando essas
mulheres. Agradeço muito às equipes do ACNUR e vejo que não estou sozinha. Se conseguir
ajudar apenas uma mulher, já será um sucesso. Peço a Deus que me mantenha uma pessoa
simples e que possa continuar ajudando essas mulheres”. Irmã Angélique viajará
agora para Roma, onde espera encontrar o Papa Francisco na audiência geral desta quarta-feira,
antes de seguir para Paris, Bruxelas e Oslo, para outros encontros.