Diálogo e oração pela paz, na Síria e no Médio Oriente: Papa aos participantes no
Encontro pela paz, de Santo Egídio
“Continuemos a
rezar pela paz no mundo, na Síria, no Médio Oriente, em tantos países do mundo”: o
apelo do Papa Francisco, ao receber esta manhã no Vaticano uns trezentos dos participantes
no Encontro internacional pela Paz, promovido pela Comunidade de Santo Egídio CSE).
O Santo Padre agradeceu à Comunidade e ao seu fundador, Andrea Riccardi (foto), por
terem seguido com tenacidade a estrada traçada pelo Beato João Paulo II, no histórico
encontro de Assis, em 1986, com os líderes religiosos convocados para rezar pela paz:
“não uns contra os outros, mas uns ao lado dos outros”. “Precisamente nestes meses,
sentimos que o mundo tem necessidade do espírito que animou aquele histórico
encontro… Não podemos resignar-nos perante o sofrimento de povos inteiros, reféns
da guerra, da miséria, da exploração”. “Não podemos assistir indiferentes e impotentes
– prosseguiu o Papa – ao drama de crianças, famílias, idosos, atingidos pela violência.
Não podemos deixar que o terrorismo encadeie o coração de uns poucos violentos para
semear em tantos sofrimento e morte”. “De modo especial dizemos com força, todos,
continuamente, que não pode haver qualquer justificação religiosas para a violência,
qualquer que seja a forma em que se manifesta”. O Papa Francisco sublinhou ainda
que “a paz é responsabilidade de todos” e que “um líder religiosos é sempre homem
de paz”. “Cada um de nós está chamado a ser um artesão da paz, unindo e não dividindo,
extinguindo o ódio e não o conservando, abrindo as vias do diálogo sem erguer novos
muros! Dialogar, encontrar-nos para instaurar no mundo a cultura do diálogo, a cultura
do encontro”. Para tal, é indispensável também a oração. “Diálogo e oração crescem
ou definham conjuntamente. A relação do homem com Deus é a escola e o alimento do
diálogo com os homens”. “Continuemos a rezar pela paz no mundo, na Síria, no Médio
Oriente, em tantos países do mundo” – pediu o Papa Francisco, concluindo com o convite
a um momento final de silêncio de todos os presentes, na presença de Deus, como voto
recíproco de paz. Segundo declarou o presidente da CSE, Marco Impaliazzo, este
encontro internacional reveste-se de grande importância precisamente “em função da
crise síria e daquela mais ampla no Médio Oriente”. O título do evento, “A coragem
da esperança” foi escolhido a pensar na “falta de esperança” que atinge o povo sírio
e “tantas” outras “parte do mundo”.
Destaque ainda para a inclusão de um “tema
novo” no debate, o “terrorismo religioso”, assunto que foi proposto pelo Papa para
refletir sobre a forma como os crentes olham para a violência motivada pela religião
e que atitudes tomam face a esta problemática.
O encontro internacional, que
se prolonga até 1 de outubro, tem lugar no auditório da Via da Conciliação, perto
do Vaticano.