2013-09-28 12:13:53

Arcebispo Mamberti na ONU: é hora de eliminar as armas nucleares do planeta


"A eliminação completa das armas nucleares é essencial para remover o perigo de uma guerra nuclear, objectivo ao qual devemos dar a máxima prioridade": foi o que afirmou na sede da ONU, em Nova York, o secretário das Relações com os Estados, Dom Dominique Mamberti, durante o Encontro de alto nível da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre o desarmamento nuclear.

"A preocupação pela proliferação das armas nucleares em outros Países – disse de modo muito claro o representante vaticano – se mostrará vazia enquanto os outros Estados detentores de armas nucleares permanecerem apegados às próprias armas". Cinco anos atrás, o secretário-geral tinha apresentado um plano em cinco pontos para o desarmamento nuclear. "É chegada a hora de dar a esse plano a séria atenção que merece", para que o mundo possa ir para além "das tétricas doutrinas da destruição recíproca certa".

"Agora é imperativo – prosseguiu Dom Mamberti – que enfrentemos de modo sistemático e coerente os requisitos legais, políticos e técnicos para um mundo livre de armas nucleares" iniciando quanto antes o trabalho preparatório para uma Convenção sobre a eliminação "gradual e verificável" das armas nucleares. Mas "o obstáculo principal ao início destes trabalhos – afirmou – é a persistente adesão à doutrina da dissuasão nuclear. Com o fim da guerra fria, os tempos em que essa doutrina podia ser aceite estão praticamente superados". "A Santa Sé não admite o prosseguimento da dissuasão nuclear, porque é evidente que está a favorecer o desenvolvimento de armas sempre mais novas, impedindo assim um desarmamento nuclear autêntico". “É a doutrina militar da dissuasão nuclear, apoiada politicamente pelos Estados detentores de armas nucleares – afirmou D. Mamberti – que se deve enfrentar para quebrar a cadeia da dependência da dissuasão”.

Em seguida, o secretário vaticano das Relações com os Estados afirmou que não se pode justificar “a continuação de uma política de dissuasão nuclear permanente, dada a perda de recursos humanos, financeiros e materiais num tempo em que escasseiam os fundos para a saúde, a educação e os serviços sociais no mundo inteiro, e diante das actuais ameaças à segurança humana, como a pobreza, as mudanças climáticas, o terrorismo e os crimes transnacionais. Tudo isso deveria fazer-nos reflectir sobre a dimensão ética e a legitimidade moral da produção das armas nucleares, da sua elaboração, desenvolvimento, acúmulo e uso, bem como da ameaça de usá-las. Devemos evidenciar novamente – ressaltou ainda – que as doutrinas militares baseadas nas armas nucleares como instrumento de segurança e de defesa de um grupo de elite, numa exibição de poder e supremacia, retardam e colocam em grave perigo o processo de desarmamento nuclear e de não-proliferação."

"É hora de contrastar a lógica do medo com a ética da responsabilidade – concluiu Dom Mamberti - alimentando um clima de confiança e de diálogo sincero, capaz de promover uma cultura de paz, fundada no primado do direito e do bem comum, através da cooperação coerente e responsável de todos os membros da comunidade internacional".








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