Unidos na harmonia da diversidade – o Papa Francisco na audiência geral em que falou
sobre a unidade da Igreja
Na audiência
geral desta manhã na Praça de São Pedro o Papa Francisco desenvolveu na sua catequese
o tema da unidade da Igreja. No Credo dizemos: “Creio na Igreja Una...”, ou seja,
professamos que é única; a Igreja é uma só para todos. Em todo o lado, mesmo no sítio
mais isolado da Terra, na paróquia mais pequenina, aí existe a mesma e única Igreja;
aí estamos em casa, somos irmãos e irmãs:
“Não há uma Igreja para os
europeus, uma para os africanos, uma para os anericanos, uma para os asiáticos, uma
para os que vivem na Oceania, mas é a mesma em todo o lado. É como uma família: podemos
estar longe, espalhados pelo mundo, mas as ligações profundas que unem todos os membros
conservam-se fortes seja qual for a distância. Penso na experiência da Jornada Mundial
da Juventude no Rio de Janeiro: naquela multidão sem fim de jovens presentes na praia
de Copacabana, ouviam-se falar muitas línguas, viam-se rostos com traços muito diversos;
e, contudo, estávamos unidos, sentíamo-nos e éramos uma única Igreja.“
O
Santo Padre lançou algumas questões: Sinto eu esta unidade? Quando ouço falar de cristãos
que sofrem no mundo, fico indiferente ou sinto-o como se sofresse um da minha família?
O Papa Francisco referiu-se, assim, às muitas feridas que ainda afetam a Igreja como
por exemplo as diferenças entre católicos, protestantes e ortodoxos... É preciso procurar
construir a unidade:
“O nosso mundo tem necessidade de unidade, de reconciliação,
de comunhão e a Igreja é Casa de Comunhão. São Paulo dizia aos cristãos de Éfeso:
Eu, prisioneiro em nome do Senhor, exorto-vos: comportai-vos em modo digno ao chamamento
que haveis recebido, com humildade, doçura e magnanimidade, suportando-vos uns aos
outros no amor, conservando a unidade do espírito por meio do vínculo da paz. Humildade,
doçura, magnanimidade, amor para conservar a unidade! E continuava: um só corpo, aquele
de Cristo que recebemos na Eucaristia; um só Espírito, o Espírito Santo que anima
e recria a Igreja; uma só esperança, a vida eterna; uma só fé, um só batismo, um só
Deus, Pai de todos.”
O Papa Francisco concluiu a sua catequese afirmando
que a unidade da Igreja tem um motor que é o Espírito Santo:
“A nossa
unidade, não é primariamente fruto do nosso esforço por vivermos de acordo e unidos;
mas vem d’Ele que faz a harmonia na diversidade. Por isso é importante a oração, que
é a alma do nosso compromisso de homens e mulheres de comunhão, de unidade. Peçamos-Lhe
que nos faça cada vez mais unidos e não nos deixe ser jamais instrumentos de divisão.”
No
final da audiência o Papa Francisco saudou os peregrinos de língua portuguesa especialmente
os grupos de comunidades paroquiais do Brasil e ainda um grupo de Lisboa. (RS)