Lurdes (RV) – Realizou-se nesta terça-feira (24), no Santuário de Lurdes, uma
cerimônia por ocasião da proclamação da 69ª cura reconhecida pela Igreja como “prodigiosa,
milagrosa” no Santuário mariano localizado na França. Trata-se do caso de Danilla
Castelli, hoje com 67 anos. Quando havia 34, após uma viagem a Lurdes, descobriu ter
superado inesperadamente a grave síndrome da qual sofria e isto – como relatado pela
Comissão Médica Internacional de Lurdes – “sem nenhuma relação com as intervenções
e terapias a que foi submetida”. Daniella conversou com a Rádio Vaticano:
R:
“Agora que é oficial, não sei dizer bem….A alegria é sempre a mesma, plena, mas
com uma diferença: o fato de que agora me sinto, mais do que antes, dentro da Igreja.
E isto para mim sempre foi fundamental! A obediência…eu creio na Igreja, sempre acreditei,
desde menina; acredito nela como Mãe. O fato que agora seja protegida de alguma maneira
pela Igreja, me dá uma alegria a mais, muita mais...Estou mais tranquila e serena.
Agora posso gritar a todos que Deus é grande! Também antes o fazia, porém agora me
sinto melhor em fazê-lo...O meu Bispo me disse: “Vai e anuncia!”. Me deu esta missão.
Isto é algo muito particular..Não pensava, mas sinto a alegria centuplicada”.
RV:
A missão de contar uma história em que frequentemente você sublinha “a cura foi não
tanto do físiso, quanto da alma”. Cura da dor, do desespero?
R: “Sempre
levei tudo com grande normalidade: no sentido de que o Senhor me levava daqui, dalí,
de lá, mas me parecia algo normal….Quer no sofrimento que na alegria. Não o sei...É
uma coisa difícil de dizer, porque é uma coisa que alguém traz dentro de si. Tive
os meus momentos humanamente – porque somos humanos – de uma angústia humana, mais
que de um desespero, porque o sofrimento foi tanto, em todos os níveis...Porém eu,
no tempo do sofrimento, havia escrito algumas páginas onde eu falava de toda minha
alegria de estar, de qualquer maneira, com Cristo. E hoje vou reler novamente para
dizer: ‘Mas, veja bem que grande coisas o Senhor fez! Consegues sentir a alegria,
quando humanamente a alegria não é possível!”. Este é o grande milagre da vida com
Deus e – na minha opinião – é o grande milagre de Lurdes”. Quando vim pela primeira
vez, o meu Padre me dizia: “Olha que em Lurdes a dor canta”. Mas é verdade! Porém
canta somente se tu abraça a Cruz; a abraças com toda a tua pobreza. Eu digo sempre
que se nós colocamos sobre nossas cruzes horríveis da doença – todas as doenças, físicas,
espirituais não são desejadas por Deus... – porém se nós pegamos Jesus e o colocamos
na cruz conosco – eu digo sempre – a Cruz acaba!”. (JE)