Na América Latina, mortalidade infantil de crianças pobres é 5x superior à média mundial
Cidade do Panamá (RV) – Não obstante a queda na taxa de mortalidade materno-infantil
na América Latina, continuam a existir graves desigualdades no que diz respeito ao
acesso aos serviços de saúde de mulheres e crianças, devido à pobreza. Segundo o Banco
Mundial, delegações de 30 países, agências internacionais e a sociedade civil encontraram-se
recentemente no Panamá para renovar o compromisso em favor da saúde materno-infantil
e, entre os temas principais, foram debatidas formas de evitar que as crianças latino-americanas
morram sem motivo.
A iniciativa no Panamá é “Uma promessa renovada” do acordo
proposto pela UNICEF para a redução da mortalidade infantil, assinado por 165 países,
32 dos quais encontram-se na América Latina. O encontro teve como objetivo propor
medidas para a eliminação da mortalidade infantil ‘evitável’, além de garantir o nascimento
das crianças com boa saúde e reduzir a mortalidade a nível mundial de 57 em cada 1
mil nascidos vivos em 2010, para 20 em cada mil até 2035.
Na América Latina
e no Caribe, o nível sócio-econômico dos pais continua a ter um grande impacto no
futuro dos filhos. Não obstante a queda de quase 50% das mortes registradas nos últimos
anos, as crianças das famílias de baixa renda tem uma probabilidade 5 x maior de morrer
antes de completar 5 anos de idade. A maior parte destas mortes poderia ser evitada.
Entre
os objetivos do encontro do Panamá está também a melhoria da assistência materna.
Os primeiros mil dias de vida de um ser humano estão entre os mais importantes e as
boas condições da saúde materna são fundamentais para erradicar as mortes infantis
evitáveis.
Nos últimos 20 anos, a taxa de mortalidade infantil na América Latina
diminuiu 40%. Todavia, não obstante isto, existe grande variação segundo o grupo étnico
e as condições sociais ou econômicas das mulheres.
As mortes relacionadas com
a gravidez entre as mulheres indígenas da região são três vezes maiores. Na Nicarágua,
o problema foi enfrentado instalando clínicas maternas para mulheres grávidas nas
zonas remotas do país. (JE)