2013-09-16 20:40:59

Documento de Bispos cubanos defende reformas políticas e diálogo para reconciliação nacional


Havana (RV) – “As esperanças de um futuro melhor incluem também uma nova ordem política”. É o que se lê na carta Pastoral dos Bispos Cubanos intitulada “A esperança não desilude”, que convida o governo do Presidente Raul Castro a realizar reformas políticas democráticas para acompanhar as mudanças econômicas que abriram espaço à iniciativa privada. Há 20 anos que a Igreja em Cuba não manifestava-se assim diretamente sobre algum tema na Ilha.

Na mensagem, a Conferência Episcopal Cubana, defende que “como aconteceu no caso da economia, acreditamos ser imprescindível na nossa realidade cubana uma atualização também na legislação nacional no que diz respeito à ordem política”.

A Conferência Episcopal, presidida pelo Bispo de Santiago de Cuba, Dom Dionisio Garcia, evidencia que “Cuba é chamada a ser uma sociedade pluralista, a soma de tantas realidades cubanas”, porque “Cuba é a nação de todos os cubanos, com as suas diferenças e aspirações”.

“Deve existir o direito à diversidade em relação ao pensamento, à criatividade, à busca da verdade. Da diversidade nasce a necessidade de diálogo”, afirmam os Bispos, defendendo o diálogo também para favorecer “a reconciliação nacional”.

A visita do Papa, a devoção a Nossa Senhora ‘Mãe de El Cobre’, bem comum e liberdade como fonte de esperança, são temas que introduzem o documento de 43 pontos, que convida a uma série de reflexões cristãs. “As mudanças encorajam a esperança do nosso povo”, sublinham os Bispos referindo-se à história recente, motivando assim os seus pedidos às autoridades.

A Igreja Católica, que nos anos precedentes tinha relações muito tensas com Fidel Castro, tornou-se agora interlocutora do governo da Ilha, desde que o Arcebispo de Havana, Cardeal Jaime Ortega e o presidente Raul Castro, iniciaram em 2010, um diálogo sem precedentes, o que levou à libertação de 130 prisioneiros políticos.

Os Bispos também pedem ao Presidente Raul Castro para “encorajar iniciativas de diálogo” com os Estados Unidos, com quem não mantém relações diplomáticas e cujo país mantém o embargo econômico na ilha há mais de 50 anos.

A Carta, assinada por 13 Bispos da Conferência Episcopal, é dirigida também ao jovens e às famílias, definidos como ‘esperanças da Pátria e da Igreja’. (JE)









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