África: trilogia de Bento XVI sobre Jesus é tema de simpósio internacional
Cidade do Vaticano (RV) – A cidade de Cotonou, no Benin, vai acolher a partir
de segunda-feira um simpósio internacional para teólogos africanos sobre a trilogia
“Jesus de Nazaré”, escrita por Bento XVI.
A iniciativa é organizada, entre
outros, pelo Pontifício Conselho para a Cultura e por ex-alunos do Papa alemão, que
integram o chamado “Ratzinger Schülerkreis”.
Em entrevista publicada no site
do Pontifício Conselho, o Secretário do organismo, Dom Barthélemy Adoukonou, explica
que o simpósio pretende dar aos participantes “a possibilidade de conhecerem o pensamento
de um grande mestre de Teologia e também de um grande pastor”.
Bento XVI começou
a escrever a trilogia “Jesus de Nazaré” no verão de 2003, ainda antes de ter sido
nomeado Papa.
O primeiro volume foi publicado em 2007 e dedicado ao começo
da vida pública de Cristo (desde o batismo à transfiguração).
A segunda parte
da obra foi apresentada em março de 2011, e é dedicada aos momentos que precederam
a morte de Jesus e a sua ressurreição.
O terceiro e último volume, dedicado
à infância de Jesus, foi lançado em novembro do ano passado e destaca o modo como
a figura de Cristo se distingue das personagens da mitologia, pois “pertence a um
tempo que pode ser verificado de forma exata e a um ambiente geográfico indicado com
clareza”.
Nesta obra, Joseph Ratzinger reivindica maior seriedade na pesquisa
histórica em torno da vida de Cristo e na interpretação da Bíblia, questão que vai
assumir “grande importância” durante o simpósio de Cotonou.
Os antigos alunos
do Papa alemão estão empenhados no desenvolvimento de uma “Academia Missionária Itinerante”,
que leve a obra de Ratzinger às Igrejas mais afastadas ou “da periferia”. Para
Dom Barthélemy Adoukonou, “hoje se utiliza muito o método histórico-critico, mas Ratzinger,
como complemento, recorreu também ao método canônico, aberto à Tradição, aplicou com
clareza uma metodologia que colocou sempre em relação a fé e a vida, e isso tem um
peso incalculável”.
“Os teólogos na África precisam muito deste tipo de formação,
que deve ser aprofundada e inculturada, contextualizada. E com Ratzinger, têm acesso
a princípios e métodos que foram colocados em prática, que deram frutos preciosos
e que agora vão poder ser apreciados”, realça o bispo natural do Benin.
Outro
objetivo do simpósio, acrescenta o responsável católico, passa por “congregar universidades,
seminários, faculdades de Teologia, institutos, gentes da cultura e população em geral
para um encontro com Cristo”, que ganha ainda maior relevância neste “Ano da Fé”.
Depois
do evento, que vai até o dia 21 de setembro, o “Ratzinger Schülerkreis” quer estender
o debate teológico a outros pontos do continente africano, a começar por Morogoro,
na Tanzânia, em março de 2014.