Taxa de mortalidade infantil no Brasil cai 77% em 20 anos
Nova York (RV) - Cerca de 90 milhões de vidas de crianças foram salvas nas
últimas duas décadas, segundo um relatório lançado nesta sexta-feira pelo Fundo das
Nações Unidas para a Infância, Unicef. O Brasil ganhou destaque no documento, pois
a taxa de mortalidade infantil no país caiu 77% em 20 anos.
No caso do Brasil,
o Unicef cita uma "combinação de estratégias", incluindo serviços de saúde nas comunidades,
melhoria na condição de saneamento, promoção do aleitamento materno e expansão da
imunização. A representante do Unicef, Micaela Marques de Sousa, afirmou em Turim,
na Itália, que é necessário continuar com os investimentos no setor.
A nível
mundial, o total de mortes de crianças menores de cinco anos caiu pela metade: de
12,6 milhões em 1990, para 6,6 milhões em 2012. Segundo o Unicef, as reduções ocorreram
graças a tratamentos mais acessíveis, melhoria na nutrição e educação das mães e na
garantia de serviços aos mais pobres e excluídos.
"É certamente uma causa para
celebrar, por ter acontecido nesses 22 anos. Sabemos que o mundo não teria salvo 90
milhões de crianças e isso é muito. Mas é caso também para refletir e agir com urgência,
porque se não fizermos isso, 35 milhões de crianças ainda correm o risco de morrer".
Segundo
o Unicef, esse é o total de crianças que corre o risco de perder a vida até 2028,
se não forem acelerados os progressos pelo fim da mortalidade infantil no mundo.
O
relatório da agência cita pneumonia, diarreia e malária como as principais causas
de morte entre os menores de cinco anos. Por dia, cerca de 6 mil crianças morrem por
essas doenças.
A desnutrição é responsável por quase metade das mortes. O Unicef
lembra que o primeiro mês de vida é o mais frágil: somente no ano passado, 3 milhões
de recém-nascidos morreram, a maioria de causas que poderiam ser prevenidas.
Apesar
de progressos na África Subsaariana, a região ainda tem as taxas mais altas de mortalidade
infantil no mundo. O relatório aponta para 98 mortes a cada mil nascimentos.
Além
do Unicef, a pesquisa envolveu a Organização Mundial da Saúde, o Banco Mundial e o
Departamento das Nações Unidas para os Assuntos Econômicos e Sociais.