Cidade do Vaticano
(RV) – O Ano da Fé que estamos vivendo foi enriquecido nos últimos dois meses
com a publicação da Carta Encíclica Lumen Fidei (Luz da Fé) – iniciada por
Bento XVI e finalizada por Francisco.
Numa linguagem acessível, apresenta-se
a fé cristã como luz proveniente da escuta da palavra de Deus na história. “A fé não
é uma luz que dissolve todas as nossas trevas, mas a lâmpada que guia os nossos passos
na noite e o que nos basta para o caminho.”
A fé é uma abertura ao amor de
Cristo e estende o eu às dimensões de um nós, que, na Igreja, não é somente humano,
mas propriamente divino, com uma participação na Trinidade de Deus. A encíclica se
vincula de maneira inteiramente natural ao nós, à família, que é o lugar por excelência
da transmissão da fé.
O Papa Francisco com Bento XVI expõem juntos a fé da
Igreja, na sua beleza, que é confessada no interior do corpo de Cristo como comunhão
concreta dos fiéis. Mostram assim o caminho que a Igreja deve trilhar para cumprir
sua missão no mundo de hoje. É uma encíclica com uma forte conotação pastoral, em
que o Papa Francisco consegue traduzir muitas questões de caráter perfeitamente teológico
em temáticas que podem ajudar na reflexão e na catequese.
Em uma época, como
a moderna, escreve o Papa, na qual “crer se opõe à pesquisa” e a fé é vista como um
pulo no vazio, que impede a liberdade do homem, é importante “ter confiança”, com
humildade e coragem, no amor misericordioso de Deus, que endireita as sinuosidades
da nossa história.
É importante também a ligação entre “acreditar e construir”
o bem comum, escreve o Papa: a fé reconfirma os vínculos entre os homens e se coloca
a serviço da justiça, do direito e da paz. Ela não nos distancia do mundo, pelo contrário,
se a eliminarmos das nossas cidades, permanecemos unidos apenas pelo temor e por meros
interesses.
Crer, ao invés, ilumina a família, ilumina o mundo dos jovens ilumina
a natureza e nos ajuda a respeitá-la, para “encontrar modelos de desenvolvimento que
não se baseiam somente na utilidade ou no lucro, mas consideram a criação como dom”.
Por
fim, na sua Carta Encíclica “Luz da Fé”, o Santo Padre exorta: “Não deixemos roubar
a nossa esperança; não permitamos que ela seja inutilizada por soluções e propostas
imediatas, que bloqueiam o nosso caminho rumo a Deus”.
Para o Bispo de Mogi
das Cruzes (SP), Dom Pedro Luiz Stringhini, aponta justamente esta Encíclica como
um dos momentos mais marcantes deste Ano da Fé. Clique acima para ouvir a reportagem
completa.