Intervenção militar na Síria domina a actualidade – libertados jornalista italiano
e escritor belga
Na actualidade
noticiosa desta segunda-feira continua a dominar a iminência de uma intervenção militar
norte-americana na Síria. A Casa Branca pressionou neste domingo uma decisão do Congresso
para uma ação militar, mas enfrentou uma luta difícil. Vários congressistas consideraram
não se sentirem convencidos a aprovar ataques contra as forças do presidente sírio,
Bashar al-Assad. Com uma votação no Senado dos EUA na quarta-feira, o Chefe de
Gabinete da Casa Branca, Denis McDonough, percorreu cinco talk shows televisivos neste
domingo para argumentar que um ataque limitado em resposta à alegada utilização de
armas químicas do governo sírio envia uma mensagem de dissuasão aos inimigos regionais. Os
Estados Unidos não descartam voltar ao Conselho de Segurança da ONU para garantir
uma resolução para a Síria, uma vez que os inspetores das Nações Unidas concluíram
um relatório sobre um ataque com armas químicas. Na imprensa internacional e segundo
o jornal alemão Bild am Sonntag, citado pela agência Reuters forças do governo sírio
podem ter feito o ataque com armas químicas perto de Damasco em agosto sem a autorização
do presidente sírio Bashar al-Assad. As forças militares sírias teriam pedido ao governo
para usar armas químicas nos últimos meses, de acordo com mensagens de rádio interceptadas
por agentes alemães, mas tal parece ter sido negada. Neste domingo foi o próprio
Bashar al-Assad, em entrevista concedida ao canal de televisão americano CBS, quem
negou estar por trás do ataque com armas químicas contra o povo sírio e disse que
as evidências de que houve um ataque deste tipo não foram conclusivas. Assad avisou
ainda que se houver um ataque militar por parte dos EUA, haverá retaliação pelos aliados
da Síria. O país está bem preparado para um ataque, considerou ainda Assad. Entretanto,
o jornalista italiano Domenico Quirico e o professor e escritor belga Pierre Piccinin,
foram libertados após sequestro na Síria ocorrido nos inícios do mês de abril. Quirico,
um repórter veterano do diário La Stampa com longa experiência em relatar conflitos
na África e no Médio Oriente, entrou na Síria a 6 de abril, mas desapareceu quatro
dias depois. Foi agora libertado e recebido pela Ministra Emma Bonino que se empenhou
profundamente nesta libertação. "Nós nunca perdemos a esperança e todos os esforços
feitos nos últimos anos foram coroados com sucesso", disse o primeiro-ministro Italiano,
Enrico Letta, em comunicado, confirmando que os dois homens foram libertados e estavam
a caminho de Itália. Não há por enquanto noticias do paradeiro do padre jesuíta
Dall’Oglio, dos dois bispos de Aleppo e os padres que com eles seguiam. São cerca
de 24 os jornalistas sequestrados nos últimos 12 meses. (RS) Foto: o jornalista
italiano com a Ministra dos Negócios Estrangeiros, Emma Bonino.