Reflexão sobre a liturgia do XXIII Domingo do Tempo Comum
Cidade do
Vaticano (RV) - O tema da meditação deste final de semana é a frase do Evangelho
de Lucas: “Quem não carrega a sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu
discípulo”.
Comumente dá-se destaque, ou impressiona-nos mais o “carregar a
cruz”. Sobre isso já se escreveu e já se falou muito, ao mesmo tempo que é usado para
uma atitude conformista de pensar-se que Deus quer o nosso sofrimento.
Jesus
teve sua cruz e eu tenho a minha, a que ele me deu. A isso devo me conformar, isto
é, tomar a forma dela, encaixando-me em sua fôrma. Mas será isso que o Senhor da Vida,
do Amor pede a mim, seu filho?
Não, não é assim. Deus não quer o nosso sofrimento!
O sofrimento não é caminho de salvação. O caminho de salvação é Jesus Cristo. Ele
disse: “Eu sou o Caminho, a Verdade, a Vida!”
Portanto, o ponto forte da frase
de Jesus, colocada no Evangelho de Lucas não é “carrega a cruz”, mas sim “caminha
atrás de mim”, segue-me!
Seguir Jesus supõe fazer uma opção. Opção por ele,
é claro!
Toda opção exige renúncia. É escolher isso ou aquilo. A opção feita
irá marcar nossa vida. Optar por Jesus Cristo significa deixar tudo e colocá-lo,
e somente ele, como absoluto da vida. A ele sim, deveremos nos conformar, não no sentido
de entrar na fôrma, mas de recuperar nossa essência e caminharmos para a existência
plena.
Fomos criados imagem e semelhança de Deus, do Verbo, de Cristo. O homem
só será feliz quando recuperar sua vocação, quando voltar às suas origens. Fazer a
opção pela Vida, para ser si mesmo e não outro ser, ou seja, ser imagem e semelhança
da Verdade, da Vida, do Amor!