2013-09-04 20:14:05

Prepósito dos Jesuítas: "Intervenção militar é abuso de poder por parte de uma potência". Plena adesão da Companhia de Jesus ao Dia de Jejum e Oração


Roma (RV) – Uma intervenção militar contra a Síria seria “um abuso de poder” e “seguramente fará aumentar o sofrimento de cidadãos inocentes que já sofreram além da medida”. Foi o que afirmou o Prepósito Geral dos Jesuítas, Padre Adolfo Nicolàs, ao manifestar a total adesão da Companhia de Jesus ao apelo do Papa Francisco e tecer fortes críticas à hipótese de um ataque militar contra a Síria.

“A violência ou ações violentas, como o que está sendo preparado, são justificáveis unicamente como última tentativa e deve ser usado de modo a atingir somente o culpado. No caso de um país, isto é claramente impossível e então me parece completamente inaceitável”, afirmou Padre Nicolàs numa entrevista publicada nesta quarta-feira, em italiano, no Serviço de Informações Jesuítas e em inglês na Agência Católica ICN.

Três são os argumentos chaves, segundo Padre Nicolàs, contra a intervenção: “um é, seguramente, que se trata de um abuso de poder por parte de uma potência; o segundo é a falta de provas irrefutáveis sobre responsabilidades pelo emprego de armas químicas contra a população civil síria: não basta a declaração de um governo para certificá-la. A terceira objeção diz respeito aos chamados “danos colaterais”, a perda de vidas humanas inocentes que inevitavelmente o ataque provocará, como demonstraram as guerras destes últimos anos”.

“É muito preocupante que em nome da justiça se planeje um ataque que aumentará o sofrimento das vítimas. Não tememos o ataque, mas nos assusta a barbárie a que somos levamos”, disse o Prepósito dos Jesuítas. A iniciativa do Santo Padre – conclui – serve para “tornar-nos conscientes da urgência do momento. Nos recorda – como disse Jesus no Evangelho – que o mal possa ser exorcizado somente com a oração e a penitência, não com a violência”. (JE)









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