Acolhimento, festa, missão - elementos característicos da JMJ de Rio: Papa na Audiência
geral. Apelo à participação, sábado, na oração e jejum pela paz
Depois da
pausa de verão durante o mês de Agosto, o Papa Francisco retomou nesta quarta-feira,
às 10.30 na Praça de São Pedro as audiências gerais. A sua catequese foi dedicada
à JMJ do Rio de Janeiro que quis recordar a um mês de distância para, disse, captar
melhor o seu significado.
O Papa agradeceu antes de mais a Deus e a Nossa
Senhora de Aparecida por aquilo que definiu “um belo presente” sobretudo para ele,
originário da América. E antes de agradecer de novo às autoridades brasileiras e a
todos quantos tornaram possível o sucesso daquele evento, o Papa recordou a sua peregrinação
ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida, cuja imagem – frisou - esteve sempre presente
no palco da JMJ. Lembrou ainda que precisamente nesse Santuário tinha havido com o
Papa Bento XVI a Assembleia dos Bispos latino-americanos e das Caraíbas, uma etapa
significativa do “caminho pastoral para essa parte do mundo, onde vive a maior parte,
da Igreja católica”.
Francisco pôs depois em realce um dos elementos que a
seu ver caracterizou essa JMJ. O acolhimento dos peregrinos pela famílias e paróquias
brasileiras, definindo os brasileiros “boa gente, com um coração realmente grande”.
Sublinhando que a peregrinação comporta sempre um pouco de incómodo, o Papa
Francisco disse que o acolhimento ajuda, todavia, a ultrapassar esse incómodo e delas
nascem relações que permanecem no tempo, sobretudo através da oração. “Também assim
cresce a Igreja em todo o mundo, como que uma rede de verdadeira amizade em Jesus
Cristo, uma rede que te apanha e te liberta ao mesmo tempo. Portanto, acolhimento:
esta a primeira palavra que emerge da experiencia da viagem no Brasil.”
Uma
outra característica da JMJ de Rio – disse o Papa – é a festa. Ver tantos jovens com
bandeiras diferentes de todo o mundo, saudando uns aos outros, é uma verdadeira festa.
Mas a festa ainda maior é a festa da fé que leva a cantar, a louvar juntos o Senhor,
a ouvir a sua Palavra. Este era o verdadeiro escopo da JMJ, disse ainda o Papa sublinhando,
mais uma vez, que esta é a grande festa: “Esta é a grande festa, a festa da fé e da
fraternidade, que inicia neste mundo e não terá fim. Mas isto é possível só com o
Senhor!. Sem o amor de Deus não há verdadeira festa para o homem!”
Para além
do acolhimento e da festa, o Papa indicou ainda um terceiro elemento característico
da JMJ de Rio: a missão. Chamando atenção para o tema dessa JMJ “Ide e fazei discípulos
todos os povos”, o Papa fez compreender que, tal como fez Jesus com os seus discípulos,
também aqui se trata dum convite a sairmos de nós mesmos, de tudo o que nos pode fechar
em nós próprios “para levar a luz do Evangelho a todos, até ao extremo das periferias
da existência!” “E foi precisamente este mandato de Jesus que confiei aos jovens
que enchiam a perder de vista a praia de Copacabana. Um lugar simbólico à beira do
oceano que fazia pensar nas margens do lago da Galileia”. Também hoje Jesus pede para
irmos, assegurando-nos de que estará connosco todos os dias – frisou o Papa – recordando
que só com Cristo podemos levar o Evangelho aos outros.
Frisado também que
um rapaz ou uma rapariga, que aos olhos do mundo conta pouco ou nada, aos olhos de
Deus é um apóstolo do Reino, é uma esperança para Deus, interpelou os jovens nestes
termos: “Quereis ser esperança de Deus? Quereis ser uma esperança para a Igreja? Um
coração jovem que acolhe o amor de Cristo, se transforma em esperança para os outros,
é uma força imensa!”
E concluiu convidando os jovens a pensar no significado
daquela multidão de jovens que encontraram Cristo ressuscitado no Rio de Janeiro e
que vivem o seu amor na vida quotidiana e o comunicam, sem saltar aos olhos dos media.
A JMJ – disse ainda o Papa – recorda que a grande noticia da História é Boa Nova.
Depois destas palavras, o Papa saudou aos presentes, dirigindo-se também aos
peregrinos de língua portuguesa…. Queridos irmãos e irmãs, Hoje, recomeçamos o
caminho das Catequeses, relembrando a Vista Apostólica ao Brasil, para a Jornada Mundial
da Juventude, no Rio de Janeiro. Nossa Senhora Aparecida acompanhou toda esta viagem,
que foi abençoada desde o seu início. Três palavras emergem da experiência da JMJ.
A primeira é acolhimento. A generosidade das famílias e paróquias brasileiras que
acolheram fraternalmente os peregrinos, superando as dificuldades e inconvenientes,
criou uma verdadeira rede de amizade. A segunda palavra é festa. Sem dúvidas, ver
jovens do mundo inteiro, saudando-se e abraçando-se é um testemunho para todos. Contudo,
a JMJ é acima de tudo uma festa da fé: todos unidos para louvar e adorar o Senhor.
Enfim, a terceira palavra é Missão. De fato, o mandato “Ide e fazei discípulos entre
todas as Nações” ressoou nos corações de milhões de jovens em Copacabana, como um
sinal de esperança para a Igreja! Possam estas três palavras ser mais que uma mera
lembrança.
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O Papa dirigiu também uma saudação aos fiéis de lingua
árabe, de modo espeical aos provenientes di Iraque, da Jordânia e do Egipto, dizendo-lhes:
“Uni-vos sempre a Cristo edificando o seu Reio com a fraternidade, a partilha
e obras de misericordia. A fé é uma força potente capa de tornar o mundo mais justo
e belo! Sêde uma presença da misericordia de Deus e testemunhai ao mundo que as tribulações,
as provações, as dificuldades, a violencia e o mal não poderão nunca derrubar Aquele
que venceu a morte: Jesus Cristo. A todos dou a minha Benção Apostólica!”.
No
fim da audiencia o Papa renovou o convite a toda a Igreja a viver intensamente a jornada
de jejum e oração para a paz na Síria, no Medio Oriente e no mundo inteiro, exprimindo
desde já o seu agradecimento aos outros irmãos cristãos e de outras religiões ,e a
homens e mulheres de boa vontade, que quererão unir-se, em lugares e modos próprios,
a esse momento de oração que terá lugar no sábado 7 do corrente mês, ao longo do dia,
culminando na vigilia de oração na Praça de São Pedro das 19 horas à meia noite, para
invocar do Senhor o dom da paz… “Que se eleve forte em toda a terra o grito da
paz!”