2013-09-03 20:00:43

Arcebispo Celli entrega Prêmio Bresson ao cineasta israelense Amos Gitai


Cidade do Vaticano (RV) - A "Fundação Ente do Espetáculo" e a "Revista do Cinematógrafo" atribuíram, no âmbito do Festival do Cinema de Veneza, o Prêmio Bresson ao cineasta israelense Amos Gitai. Trata-se de um reconhecimento que recorda que o cinema é reflexo da vida, janela para o mundo, forma privilegiada de narração da existência e, em muitos artistas, também compromisso moral e civil.

Em tempos graves e densos de incógnitas pelas crises internacionais e perigos de guerra que pairam do Oriente Médio sem paz, a atribuição do Prêmio Robert Bresson a Amos Gitai é de inestimável valor cultural e de corajoso testemunho artístico. O cineasta israelense participa do Festival de Veneza com o seu filme "Ana Arábia". O furor bélico de um lado, o esforço do diálogo de outro; as razões dos povos vilipendiadas pelo clamor das armas e pelo horror das violências.

O presidente do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, Dom Claudio Maria Celli, que nesta segunda-feira entregou o galardão ao cineasta, fez referência justamente aos fatos reais e atuais e aos sinais que o cinema pode encarnar, considerando o insistente apelo do Papa Francisco em favor da paz:

Dom Claudio Maria Celli:- "Diria que este cineasta israelense viveu na própria carne, em sua experiência pessoal, o sofrimento da imigração, testemunhou em seus filmes aquilo que o homem experimenta e vive na própria carne no exílio e na guerra, todas as realidades que transformam a vida, a cotidianidade de homem. Creio que, neste momento, um prêmio como este a Amos Gitai adquira um significado ainda mais profundo, porque ele vem de um ambiente, de uma região continuamente em dificuldade, no sofrimento. Nestes dias, especialmente a Síria está sob os olhos de todos e no coração de todos. Basta pensar que o Papa Francisco, durante o Angelus, quis recordar a todos nós a dramaticidade deste momento, o sofrimento, bem como possíveis desdobramentos negativos para a humanidade. Portanto, parece-me que este prêmio dado a Amos Gitai seja efetivamente importante. Do ponto de vista fílmico, com maestria, traçou os sofrimentos dos homens e das mulheres de hoje, quando são submetidos e devem viver, devem experimentar a imigração, o exílio e a guerra. É muito positivo e, diria, particularmente rico para nós."

Também o novo presidente da Fundação, Pe. Ivan Maffeis, ressaltou a importância que este prêmio dá ao testemunho e à obra cinematográfica de Gitai:

Pe. Ivan Maffeis:- "O prêmio que ao longo dos anos foi dado a cineastas particularmente comprometidos, justamente na busca espiritual do significado da vida, da existência de cada um, este ano é atribuído a Gitai e é um reconhecimento de como a sua obra tem sido quase uma sequência única, uma busca e um testemunho da possibilidade de traçar o sentido de convivência e de paz também em povos que, muitas vezes – quer por história, quer por preconceitos, quer por leituras –, estão cada um de um lado, vivem de excomunhões recíprocas, de muros erguidos e de xenofobia cultural. Ao invés, aí está o testemunho de um homem que, com a sua obra, com a sua vida, buscou traduzir aquilo que no fundo é o apelo do Papa Francisco: globalizar a solidariedade e o diálogo num mundo que, muitas vezes, globalizou apenas a indiferença." (RL)







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