Núncio apostólico na Síria agradece o Papa pela sua intervenção a favor da paz
A propósito do
apelo do Papa, neste domingo, a Rádio Vaticano interpelou telefonicamente o Núncio
Apostólico na Síria, D. Mario Zenari, que considerou que são palavras que não deixarão
de levar esperança à população e abalar as consciências de todos, sobretudo de quem
neste momento tem nas mãos os destinos do mundo”.
R. – Trata-se de um apelo
muito forte que apareceu nestes dias em que todo o mundo vive com o respiro suspenso.
A iniciativa é igualmente oportuna e muito bela, será, certamente, também apreciada
pela maior parte dos meios muçulmanos, porque sabemos quanto apreciam a oração e o
jejum. Acho que este discurso deve ser lido e interpretado do início ao fim. O mais
belo comentário são as expressões do rosto do Santo padre e os seus gestos: neste
discurso há de tudo, há de tudo para todos neste apelo! É um apelo dirigido a todos,
e como dizia Jesus, no Evangelho: “quem tem ouvidos para entender, que entenda”.
D. – O Papa falou de “um juízo de Deus” e de “um juízo da Historia sobre as
nossas acções, das quais não se pode fugir”. Uma forte chamada à consciência de cada
um…
R. – Fizeram realmente impressão estas palavras do Santo Padre. Certamente
abalam as consciências de todos, e sobretudo de quem tem nas mãos os destinos do mundo
e deste conflito.
D. – O Papa interpelou também todos os homens de boa vontade:
os irmãos cristãos não católicos, os que pertencem a outras religiões… Todos. Mesmo
os não crentes, serão todos convocados à Praça de São Pedro, no dia 7 de Setembro,
para rezar “pela amada Nação Síria – disse – e por todos os conflitos”. É, verdadeiramente,
uma chamada a toda a humanidade…
R. – Eu diria que a paz é um dom de Deus
para a humanidade inteira; é um dom para todos. Portanto, todos participamos ou todos
sofremos pela falta deste dom e por isso estamos todos interessados. É algo que temos
em comum e portanto somos todos chamados neste momento tão crítico, tão delicado a
unir, independentemente do credo, a nossa participação a este dom que vem do Céu,
mas que é também a nós confiado, que é confiado à nossa responsabilidade de o manter
e de o proteger.
D. – É importante fazer chegar estas palavras aos grandes
do mundo, mas também à população: vai fazer-se porta-voz do que escutou neste domingo?
R.
–Certamente. Foi – penso – um grande encorajamento para todos, nestes dias, nestas
horas tão difíceis, e nós estamos muito, mesmo muito, reconhecidos ao Santo padre.
D.
– Existe ainda medo e tensões entre vós, aí? Qual é o clima que se vive neste momento?
R.
– Eu, diria, sim: a tensão é visível. Basta olhar para as pessoas que metem junto
as poucas coisas de que dispõem e que procuram levar consigo a um país qualquer vizinho
daqui. Diria que este apelo do Papa constituirá, certamente, uma luz, uma semente
de esperança para todos. Esperamos que não somente da escuta dessas palavras, mas
também a partir da oração e do jejum, este dom da paz possa ser salvado u recuperado…