Nova York. Nasce o momumento em memória das vítimas do trâfico transatlântico de escravos.
Nova York - As Nações Unidas devem anunciar ao longo do mês de Setembro o nome do
vencedor do concurso da proposta para a construção de um monumento permanente em
memória das vítimas da escravidão e do tráfico transatlântico de escravos.
O
monumento será exposto na sede da ONU em Nova York, a partir de 2014. Ao todo, concorrem
12 candidatos de nove países: Colômbia, China, Estados Unidos, Finlândia, França,
Grã-Bretanha, Itália, Romênia e Portugal sendo a portuguesa paisagista Sofia Castelo
a única participante lusófona desse concurso.
Segundo declarações de Sofia
Castelo à Rádio ONU, a iniciativa tem por objectivo criar um monumento do século 21
que promova uma relação directa, individual, porque os monumentos do passado são estátuas
e a nossa relação com eles é uma relação distante. O grande desafio é pensar como
é que podemos fazer isso, hoje em dia, e temos muitos auxiliares a nosso alcance,
disse.
"Hoje em dia, a maior parte dos portugueses têm uma noção de si próprios
que foi um conceito mais ou menos inventado, isto é, de um povo muito pacífico, muito
bonzinho, muito gentil, na colonização. Eu não estou a brincar. Os portugueses estão
convencidos de que foram muito mais gentis, na colonização, do que os espanhois, do
que os ingleses, do que os holandeses ou os franceses", disse a arquiteta, citada
pela Rádio ONU.