Na Amazônia, Francisco pede Igreja mais corajosa e destemida
Cidade do Vaticano
(RV) – A Amazônia como um grande jardim, respeitado e cuidado pelo homem. Assim
o Papa Francisco se referiu a essa grande porção do território brasileiro, no encontro
com os membros da CNBB, por ocasião de sua visita ao nosso país.
Francisco
indicou o que diz o Documento de Aparecida a propósito da Amazônia, incluindo o forte
apelo ao respeito e à salvaguarda de toda a criação que Deus confiou ao homem. Sobre
a atuação da Igreja brasileira neste contexto, o Santo Padre agradeceu de modo especial
a Comissão Episcopal para a Amazônia, criada em 1997.
“A Igreja está na Amazônia
não como aqueles que têm as malas na mão para partir depois de terem explorado tudo
o que puderam”, disse ele. Desde o início, ela está presente com missionários, congregações
religiosas, sacerdotes, leigos e bispos, e lá continua presente e determinante no
futuro daquela área.
O Pontífice fez uma exortação, acrescentando que deveria
ser mais incentivada e relançada a obra da Igreja. “Fazem falta formadores qualificados,
especialmente formadores e professores de teologia, para consolidar os resultados
alcançados no campo da formação de um clero autóctone, inclusive para se ter sacerdotes
adaptados às condições locais e consolidar por assim dizer o «rosto amazônico» da
Igreja. Nisto lhes peço, por favor, para serem corajosos, para serem destemidos.”
O
atual presidente dessa Comissão que o Papa citou é o Arcebispo emérito de São Paulo,
Card. Claudio Hummes, que fala justamente das características que o missionário deve
ter:
“A missão na Amazônia exige muito em termos de despojamento, de pobreza,
de trabalho exigente, cansativo, etc. Isso acaba dando felicidade a quem se dedica
e enfrenta, e participa disso, para o Reino de Deus e para o próximo. Aquela gente
é muito pobre, muito precisada: é uma periferia da Igreja e do Brasil. É ali que os
religiosos encontram de novo o sentido de seu carisma, às vezes muito mais do que
na cidade, em meio às comodidades, onde tudo parece que acaba se esvaziando, os valores
vão se perdendo, e aos poucos, às vezes os religiosos e religiosas perdem um pouco
o sentido da vida e vão atrás de coisas que não têm nada a ver com os ideais, a vocação
e a missão que temos no mundo”. (BF/CM)