Diálogo e negociação entre as componentes da sociedade "única opção" para pôr termo
ao conflito na Síria: Papa Francisco na audiência ao Rei da Jordânia
Na manhã desta quinta-feira, 29 de Agosto, o Santo Padre recebeu Sua Majestade o Rei
da Jordânia, Abdullah II, e a Rainha Rania. Seguidamente o Soberano teve um encontro
com o Cardeal Tarcísio Bertone, Secretário de Estado, que se encontrava acompanhado
pelo Arcebispo D. Dominique Mamberti, Secretário para as Relações com os Estados. Como
informa o comunicado oficial, no decurso dos colóquios foram passados em resenha alguns
temas de interesse comum, sobretudo a promoção da paz e da estabilidade no Médio Oriente,
com particular referência ao retomar das negociações entre Israelitas e Palestinianos
e à questão de Jerusalém. Reservou-se especial atenção à trágica situação em que se
encontra a Síria. A este propósito foi reafirmado que a via do diálogo e da negociação
entre todas as componentes da sociedade síria, com o apoio da comunidade internacional,
é a única opção para pôr termo ao conflito e às violências que em cada dia causam
a perda de tantas vidas humanas, sobretudo entre a população inerme. O comunicado
da Sala de Imprensa da Santa Sé conclui referindo ainda o apreço manifestado pelo
empenho do Rei Abdullah no campo do diálogo inter-religioso e pela iniciativa de convocar
em Amã, no início de Setembro, uma Conferência sobre os desafios que os Cristãos no
Médio Oriente têm que enfrentar, particularmente neste período de transformações sociopolíticas.
Sublinhado também o contributo positivo que as comunidades cristãs fornecem à sociedade
da Região, de que são parte integrante.
A propósito da audiência do Papa
Francisco ao rei Abdallah da Jordânia, esta manhã, num momento tão delicado para todo
o Médio Oriente, Alessandro Gisotti entrevistou o arcebispo Maoun Lahham, vigário
patriarcal para a Jordânia, do Patriarcado Latino de Jerusalém: - A Jordânia é
um país que inspira paz, embora exista receio por aquilo que se está preparando. Esperemos
que não aconteça. Penso que a visita do Rei ao Pontífice é uma ocasião, antes de mais,
para falar da paz na Terra Santa e na Jordânia, mas especialmente na Síria, com todas
as ameaças que temos vindo a ouvir. Por aquilo que está a acontecer, a Jordânia, não
obstante seja um pequeno país, desempenha um papel importante para a paz síria. Esperemos
que os “grandes” cheguem à paz, em vez de fazerem a guerra, que encontrem uma solução
pacífica. E esperemos que a Jordânia possa desempenhar um papel positivo, unindo-se
à posição da Santa Sé. - Obviamente que há uma esperança de paz, embora se fale
de uma intervenção militar… - É terrível! Sim, temos verdadeiramente medo! -
Medo de que se alargue e piore uma situação já tão dramática e complicada… - Absolutamente,
porque a violência gera sempre violência. E ninguém acredita no interesse dos Estados
Unidos e da Europa pelos direitos do homem ou pela defesa dos mais débeis, ninguém
acredita nisso. Não há ninguém que creia nisso! Todos procuram os seus próprios interesses
políticos e económicos. E como ninguém acredita na sua boa vontade, não queremos que
esta vontade de guerra se aplique à Síria. Esperemos que prevaleça a voz da razão,
e para nós a voz da fé, e que se encontre uma solução pacífica para a crise.