Igreja na Índia adverte que casos de estupro são alarme social
Nova Deli (RV) – “Condenamos firmemente e sem dúvidas o recente caso de estupro
grupal a uma fotojornalista em Mumbai. Um crime contra as mulheres, como o estupro,
é um crime contra a humanidade. Pedimos o fim imediato desta violência, para que todas
as mulheres possam sentir-se seguras e protegidas”. É o que diz a mensagem enviada
à Agência Fides pelo padre jesuíta Cedric Prakash, responsável pelo Centro dos Direitos
Humanos e Justiça “Prashant”, em Gujarat, reafirmando o alerta da Igreja à sociedade
indiana.
“Os responsáveis desse ato hediondo e inaceitável devem ser levados
à justiça. O governo, a política e outras autoridades interessadas devem tomar as
medidas cabíveis. O número de pessoas que cometem crimes contra as mulheres continua
a aumentar impunemente em todo o país”, comentou. A violência comumente envolve as
minorias e os setores fracos da sociedade. O jesuíta relembra um caso de mulheres
cristãs tribais que, cinco anos atrás, foram brutalizadas de todas as maneiras possíveis
no distrito de Kandhamal, em Orissa.
Ele ainda aponta e evidencia outros diversos
casos, para que a sociedade perceba e não esqueça a importância desse apelo. Como
o caso das mulheres muçulmanas submetidas a impensáveis atos de violência durante
a carnificina de Gujarat – estado da Índia ocidental – no ano de 2002 e o da estudante
da Universidade de Manipal, em Karnataka, que foi violentada por um grupo de extremistas
e nacionalistas hindus.
“Continuamos a ouvir cotidianamente sobre esses crimes
terríveis. Os culpados costumam permanecer impunes, também, graças à proteção de alguns
setores da sociedade. Além disso, quando trata-se de pobres, marginalizados, os dalits,
os adivasis e mulheres – pertencentes às minorias – não há quase nenhuma revolta da
parte da sociedade civil, nem mesmo cobertura midiática”. Por isso, o padre salienta
que uma nova conscientização deve ser trabalhada na sociedade indiana. (NV)