2013-08-26 14:00:09

Cardeal Braz de Aviz fala a religiosos espanhóis


Madri (RV) – As mulheres e os homens de Institutos seculares devem ser pessoas que vão, como diz o Papa Francisco, para as “periferias existenciais”. Foi o que disse o Cardeal João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida apostólica, em Madri, durante a jornada de formação promovida pela Conferência espanhola de Institutos Seculares, como informa o jornal vaticano “L'Osservatore Romano”.

Os institutos seculares são sociedades erigidas ou aprovadas pela autoridade eclesiástica – Santa Sé ou bispos diocesanos – cujos membros (leigos ou clérigos) se consagram a Deus através da profissão pública dos conselhos evangélicos – votos de pobreza, obediência e castidade -, mas, diferentemente dos membros dos institutos religiosos, não tem vida em comum.
O purpurado focalizou sua intervenção sobre três palavras: encontro, salvação e esperança. Os cristãos devem ser homens e mulheres de encontro, afirmou. “Encontro com todos – esclareceu – sem negociar a nossa pertença”. Nesta direção – observou o “L’Osservatore Romano” – a contribuição que os institutos seculares podem oferecer é de grade importância: “A especificidade da sua vocação – declarou o cardeal aos consagrados – os leva a não terem aquela visibilidade e missão que é típica dos religiosos ou dos movimentos. O ícone que atrai a esta particular forma de consagração é o do sal que se derrete e dá sabor, do fermento que vai tomando conta de tudo e faz fermentar a massa”.

A “sua vocação – continuou – os insere entre os demais sem sinais distintivos exteriores, exatamente para não criar distâncias que os possam afastar; os torna um entre os demais na busca da solução aos desafios pequenos e grandes deste tempo, conscientes de que todos podem contribuir para o bem; por fim, os tornam seres para os outros, com a generosidade que caracteriza toda vida doada ao Senhor”.

O Cardeal brasileiro citou o Papa Paulo VI que “tanto apreço tinha pelos institutos seculares”, os “incentivou e, sobretudo, ajudou-os com o próprio magistério a penetrar não só sua missão, mas a sua mesma identidade”.

O purpurado destacou em seguida o tema da salvação: “A boa nova que anunciamos é: Deus salva, não mata, não condena, só ama”. Falar de Deus amor, destacou, significa, “falar de uma experiência, daquela experiência de que fala João em sua primeira carta: ‘Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas Ele que nos amou primeiro’”. As causas pelas quais a pessoa, às vezes, não consegue se deixar amar por Deus, para o cardeal estão “na ideia que temos de Deus. Pensamos num Deus que nos ama só porque somos perfeitos, ou melhor, que nos ama pelos nossos méritos. Ou talvez, muito simplesmente, em nosso íntimo não aceitamos nossa dimensão de criaturas, que nos leva a ter necessidade de Deus e, portanto, também dos outros”.

E, finalmente, a esperança. Evangelizar significa “ajudar o homem do nosso tempo a ‘puxar para fora’ a esperança adormecida; não um otimismo barato, mas uma atitude concreta de confiança e de abandono, como aqueles – pequenos e pobres – entregam nas mãos de Deus tudo o que são e que realizam”. Eis que, exatamente por isso, num tempo de “incerteza, de desespero, este anúncio é fundamental e qualifica o nosso chamado: somos chamados à esperança, a redespertar a esperança”.

O Cardeal Braz de Aviz lembra, finalmente, as recentes palavras do Pontífice que veio “quase do fim do mundo” aos jovens: “Não deixem que roubem a esperança!”; é um apelo, concluiu, que “diz como seja decisiva para o mundo o testemunho dos cristãos no sinal da esperança”. (SP)








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