"Milhares de cristãos são perseguidos no mundo, mas a Mídia não fala à respeito",
diz diretor da AIS
Cidade do Vaticano (RV) – Entre os temas que caracterizaram o Encontro de Rimini,
está o da liberdade religiosa. Segundo o diretor na Itália da ‘Ajuda à Igreja que
sofre’, Massimo Ilardo, a sensibilização sobre esta questão está melhorando. A Rádio
Vaticano entrevistou-o, pedindo antes de tudo que fizesse uma reflexão sobre os 200
milhões de cristão que sofrem algum tipo de perseguição:
R: “O relatório
que apresentamos revelou que em uma população mundial de 6,8 bilhões de pessoas, 5
não desfrutam de liberdade religiosa. Isto é um problema: na prática, 70% da população
mundial sofre por este motivo. Mas parece um problema fácil de ser resolvido, assim,
talvez não se fala o suficiente a respeito disto. Assim, imaginamos proporcionalmente,
quanto os cristãos têm dificuldades em expressar a sua fé. Quando apresentamos o relatório,
dissemos que 75% dos crimes com motivação religiosa são cometidos contra os cristãos.
E isto diz muito sobre o fato de quanto a religião cristã seja perseguida. Depois,
você falava dos 200 milhões; é claro que não é mais um discurso que possa ser negligenciado,
mas, na prática, a Mass Mídia tem negligenciado”.
RV: Mas isto quer
dizer que a nível internacional existe uma escassa sensibilização sobre tema deste
tipo: refiro-me às grandes instituições internacionais…
R: “Não podemos
dizer isto, porque nos últimos anos, sobretudo graças à Bento XVI, houve uma grande
sensibilização sobre este tema. Nos anos passados, o discurso limitava-se a uma elite
intelectual. Hoje, no entanto – e me orgulho muito disto –especialmente na Itália,
este discurso está entrando nas casas de maneira muita mais simples, isto é, o cidadão
comum se pergunta: qual é o preço em ser cristão no Paquistão e o ser na Itália?”.
RV:
Mas existe algum preço em ser cristão na Itália?
R: “Sim, se paga um preço
em ser cristão também na Itália. Se em alguns países chega-se a uma perseguição até
o martírio, na Itália provavelmente existem outros tipos de martírio muito mais velados,
como afirmou aqui em Rímini o Cardeal Tauran. São escondidos e em alguns momentos
nos fazem negar a nossa fé. No nosso país o cristão se pergunta: mas eu, que lugar
ocupo na igreja? São só cristãos de domingo ou então, são coerentes – alguém que testemunha
no local de trabalho, tendo que pagar, talvez, com a renúncia a uma parte da carreira.
Porque ser cristão é um pouco incômodo”. (JE)